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OPINIÃO DE A NOTÍCIA


Resistência à doação

Mais transplantes poderiam estar sendo realizados em Joinville e Santa Catarina se a resistência à doação de órgãos não fosse ainda um entrave significativo. À espera de transplante de fígado, procedimento realizado nesta semana no Hospital São José, são 155 pessoas no Estado, segundo a SC Transplantes. A fila de todos os transplantes tem 1.873. A maior demanda é por córneas, com 1,3 mil pessoas.

Como é sabido, a espera por um órgão não tem como durar para sempre, seja pela possibilidade de morte do paciente ou surgimento de sequelas irreversíveis. Ainda assim, dos 128 casos de morte encefálica detectados em Santa Catarina nos primeiros cinco meses do ano ano, apenas 47 realmente efetivaram-se em doações. Entre os motivos para o não-aproveitamento dos órgãos nos demais casos, está a negativa familiar, observada em 40 situações, sete delas em Joinville. Nos diagnósticos de morte por parada cardíaca, não houve concordância em 65 das 432 notificações.

A possibilidade de transplante é uma das maravilhas da ciência moderna. Complexas, as cirurgias são também bancadas pelo SUS. Só esses motivos já seriam motivos para incentivar as doações. Só que transplante se trata principalmente de melhoria na qualidade de vida dos transplantados – em muitos casos, como de fígado, por exemplo – trata-se da sobrevivência. Que essas condições sejam lembradas no momento da doação.

 


PROTOCOLO DE MANCHESTER
Joinville começa a se adaptar


Hospital São José e PA do Aventureiro dão prioridade para casos mais gravesMotivo de críticas de alguns pacientes que tiveram de ir para o fim da fila ao procurar uma unidade de saúde em Joinville e de elogios de quem encontrou agilidade nas emergências, o Protocolo de Manchester começou a ser avaliado pela Secretaria de Saúde. O método foi implantado no Hospital São José e no Pronto-atendimento do Aventureiro em maio.

No PA do Aventureiro, na zona Leste da cidade, mais da metade dos 5.594 atendimentos foram considerados casos de pouca urgência. Isso comprova a teoria da secretaria de que nem sempre é necessário procurar atendimento nos prontos-socorros da cidade.

Esse é um dos objetivos do Protocolo de Manchester: educar os pacientes a procurar a unidade correta para cada problema. Ao adotar o atendimento prioritário, as duas unidades passaram a priorizar os casos mais urgentes e não a ordem de chegada.

No PA do Aventureiro, 0,53% dos atendimentos foi considerado de emergência. Há um mês, quando um paciente chega no local, passa por uma avaliação de um enfermeiro, recebe uma pulseira, que pode ser de cinco cores diferentes, dependendo do estado de saúde. Os casos menos graves passam para o fim da fila.

O Hospital Materno-infantil e o Hospital Regional já adotaram o procedimento. A ideia é integrar as unidades de saúde de Joinville em um único sistema. A Secretaria de Saúde pretende implantar o Protocolo de Manchester em outras unidade de Joinville. Os PAs Sul e Norte, nos bairros João Costa e Costa e Silva, devem começar a atender por ordem de prioridade na segunda quinzena de julho.

Rodrigo Coutinho, 18 anos, está com o pé quebrado há 15 dias. Segundo o pai dele, Otávio Coutinho, eles foram orientados a ir ao Hospital São José. Mas ao chegar no local, foram encaminhados ao pronto-socorro. Com uma pulseira amarela e sem saber que horas seria atendido, Rodrigo permanecia na espera por mais de três horas. “Não concordo com esse sistema. Deveria ser por ordem de chegada. Até agora ninguém fala ao certo o que vai acontecer”, reclama Otávio.


 


PROTOCOLO DE MANCHESTER
O jeito foi esperar para ver o médico

Com dor no estômago, o carpinteiro Josel Rodrigues, 29 anos, procurou o Hospital São José na manhã de ontem. Como a dor não era tão intensa e ele não apresentava febre, recebeu uma pulseira verde. O caso foi classificado como pouco urgente. Ele poderia esperar alguns minutos a mais do que outros que aguardavam na fila.

“Não tem problema esse tipo de atendimento”, avaliou. E mesmo com o pronto-socorro do São José tranquilo na manhã de ontem, o carpinteiro já aguardava havia mais de 40 minutos para ser atendido por um médico.

 

Números e cores
PA DO AVENTUREIRO
Atendimento (entre 23/5 e 23/6) 5.594
Média 187 por dia
Pulseira verde 63%
Pulseira amarela 24%
Pulseira laranja 8
Pulseira azul 2,6%
Pulseira vermelha 0,53%
PRIORIDADES
Cor Situação
Vermelha Emergência
Laranja Muito urgente
Amarela Urgente
Verde Pouco urgente
Azul Não urgente

 


PROTOCOLO DE MANCHESTER

Demanda continua alta no São JoséSegundo o enfermeiro que coordena o Protocolo de Manchester, Arnoldo Boege Júnior, casos de pouca complexidade aparecem com frequência no Hospital São José. “Nossa demanda é muito grande e isso prejudica.”

“O que mais ouço aqui é que se a pessoa for no posto de saúde, não vai ter o problema resolvido na hora. Aqui, eles esperam até quatro horas, mas têm certeza de que vão ser atendidos no dia.”

Durante a triagem, os pacientes com pulseira verde e azul recebem a orientação de que se chegar caso grave terão de esperar mais tempo. Embora não haja um levantamento oficial, análise da enfermagem confirma que quem procura o São José recebe as pulseiras verde e azul. “Esse tipo de atendimento deveria ser feito em postos de saúde ou PAs. Aqui seria o amarelo, o vermelho e o laranja”, explica Júnior.


 

 


BLUMENAU
Mamografias esquecidas na gaveta

Demorou cerca de 30 anos para que a rede pública de saúde tivesse um aparelho próprio de mamografia e mais um ano para que o equipamento, doado pelo Instituto Avon em janeiro de 2006, começasse a ser usado, em Blumenau. A vinda do mamógrafo é considerada uma conquista para o município, mas muitas mulheres o tratam com descaso.

Mais de cem mamografias feitas entre 2006 e 2009, por meio da Rede Feminina de Combate ao Câncer, estão esquecidas nos arquivos da entidade. No Hospital Santos Antônio, onde fica o equipamento e são feitos os demais exames encaminhados pelas unidades de saúde, a mesma situação: cerca de 160 resultados aguardam para ser buscados desde 2007.

Apesar de não ter custo à paciente, cada exame sai por R$ 45 para o SUS, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Em 2009, foram investidos R$ 44 mil para viabilizar 9.845 procedimentos.

O descaso de quem não vai buscar a mamografia afeta ainda outras mulheres, já que a fila de espera para fazer o exame pode levar até dois meses, nos casos em que não há urgência.

A presidente da Rede Feminina, Aglaê Nazário de Oliveira, atribui o grande número de exames esquecidos nos arquivos ao medo da paciente de saber o resultado e ao próprio relaxamento.

“Quando o resultado é grave, as voluntárias ligam para a paciente e pedem que ela compareça para nova consulta. Mesmo assim, encontramos dificuldades para falar com as mulheres. Muitos números de telefones estão errados ou simplesmente não são da pessoa,” comenta Aglaê.

 

 

Greve continua até quinta-feira

Mesmo com a decisão judicial que determina a ilegalidade da greve, e prevê multa diária de R$ 20 mil aqo sindicato, servidores da saúde mantêm as paralisações e se concentram em frente à Assembléia Legislativa, já pelo quarto dia consecutivo. O comando de greve alega que o governo não quer negociar e pressiona a categoria. Servidores enfantizam também que permanecem as adesões à greve em todos os Hospitais públicvos do estado até o dia 1º de julho, prazo final para negociações com o governo antes do período eleitoral.

Médicos devem cumprir horários

por unanimidade, o Órgão especial do Tribunal de Justiça declarou inconstitucional parte da lei 661/2007, de Blumenau . Com a decisão, fica suspenso o trecho da lei que permitia a médicos e dentistas da rede pública de saúde que não cumprissem a carga horária para qual foram contratados. A ação direta de inconstitucionalidade foi proposta em 2009 pelo promotor de Justiça Gustravo Mereles Ruis Diaz, de Blumenau e pelo Ministério Público de santa Catarina.