Mortes não caíram
Transplantando para Joinville o modelo nacional de comparação divulgado ontem pelo Ministério da Saúde, não há motivos para celebrar os dois anos de vigência da lei seca, com punições mais duras para motoristas consumidores de álcool. O número de mortes até cresceu em Joinville. No País, as novas regras teriam sido capazes de reduzir o número de mortes em 6,2%. Foram comparados os 12 meses anteriores a junho de 2008 e os 12 meses posteriores à lei.
O índice de mortos pode ter variado em em outros anos, para baixo ou para cima, sem que a lei tenha mudado; não seria só pelo número de mortes que se avalia uma lei. Mas tudo bem, prossegue-se na comparação do governo federal. Na estatística por Estados, SC teria apresentado queda de 11%. Na comparação com base na Secretaria de Estado da Saúde, houve redução no número de vítimas fatais, mas em proporção menor, 6,17% (intervalo entre junho de 2007 até maio de 2008 e outro entre junho de 2008 e maio de 2009). A divergência pode ser explicada por metodologia, se foram contabilizados só os ocorridos no local ou no hospital, por exemplo. O ministério aponta que os dados de 2009 são preliminares.
Os números
No caso de Joinville, também com base nos dados do governo do Estado, não houve queda alguma, pelo contrário. Nos 12 meses anteriores à lei seca, 98 pessoas perderam a vida no trânsito. Nos 12 meses seguintes, foram 115 mortos. Pelo impacto inicial na cidade, parecia que seria adotado um novo comportamento em relação ao consumo de álcool. A preocupação parece ter se esvanecido.