MORTE NO HOSPITAL INFANTIL
Exame em bebê sem conclusãoO laudo final de necropsia assinado por patologistas do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) de Joinville não definiu a causa da morte de Felipe Kotviski Malaquias, de um ano e cinco meses. O menino morreu em 5 de maio, no Hospital Infantil Jeser Amarante Faria, logo após receber uma injeção de hidrocortisona (um antialérgico) com cloreto de potássio. A família teve acesso ao documento na tarde de ontem.
A mãe do menino, Ana Paula Kotviski Malaquias, continua sem as respostas que procura desde que perdeu o filho. “Eu sabia que o laudo viria como morte indeterminada. Enfermeiros nos informaram que a substância que acreditamos ter matado o Felipe não aparece nos laudos”, conta. Após a morte do bebê, Ana conversou com profissionais da saúde e pesquisou sobre o assunto. Diz ter certeza de que a diluição do antialérgico em cloreto de potássio foi letal.
Por meio da assessoria de imprensa, o Hospital Infantil informou que a direção recebeu cópia do laudo, mas que espera uma segunda análise. A nota diz, ainda, que uma comissão interna “continua estudando as causas da morte do menino, baseada também em outras informações e documentos”. O SVO afirmou que o resultado entregue à família é oficial e que mais exames só deverão ser feitos a pedido da Justiça.
O laudo não confirma a causa da morte, mas não afasta a tese defendida pela mãe. Na última das 15 páginas, o documento sugere que a broncopneumonia – motivo pelo qual Felipe foi internado – não causou a morte. Assim como não há evidências de alterações provocadas por infecção que pudessem ter provocado o desfecho.
O documento atesta, ainda, que a “ocorrência da morte súbita representa um desafio para o médico patologista geral” e se refere ao óbito da criança como “uma morte súbita cujas bases anatômicas não podem ser identificadas”. Além da sindicância do hospital, o Conselho Regional de Enfermagem e o Ministério Público apuram o caso. A mãe, por enquanto, só foi procurada pelo MP, que encaminhou a investigação a Polícia Civil.
Precisa?
Cidadão que acompanhou de perto a saúde de Joinville considera compreensível o desejo de moradores da zona Sul cobrarem um hospital na região. Só que, segundo ele, seria mais eficiente o Hospital São José criar uma área especializada em trauma (acidentes, na grande maioria).
Mas é promessa
As outras especialidades seriam atendidas, e de forma melhor, no restante do hospital. É, pode ser, mas quem mandou prometer a construção do hospital na zona Sul? Promessa ajudou Carlito a ganhar as eleições.
Atendimento no SUS
O TJ manteve decisão que mandou a rede de saúde de Joinville atender a paciente do Paraná. O cidadão passou por cirurgia em Joinville e precisa de acompanhamento médico. Joinville alegou que o atendimento, na especialidade, não contempla cidades de outros Estados.
Entendam-se
Para a Justiça, as cidades que encontrem um maneira de reembolso pelo atendimento. O direito à vida estaria acima da organização de prefeituras em relação ao atendimento de saúde pública.
MEDICAMENTOS
Brasil reduz importação e economizaO Brasil deixará de importar sete medicamentos considerados essenciais pelo Ministério da Saúde. A decisão vai resultar numa economia de R$ 170 milhões por ano.
Com isso, a lista de medicamentos estratégicos produzidos no país sobe para 21. O anúncio foi feito ontem pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Segundo ele, foram realizadas novas parcerias entre empresas públicas e privadas para a produção dos medicamentos, distribuídos pelo Sistema Único de Saúde.
Na lista, estão remédios para Alzheimer, Aids, osteoporose, tuberculose, hemofilia e asma, além de imunossupressores (para pacientes submetidos a transplantes) e o contraceptivo DIU.
Brasília
MORTES EM JOAÇABA
Laboratório do Rio fará as análisesA Vigilância Sanitária Estadual deve enviar a um laboratório do Rio de Janeiro o material apreendido na Conci Clínica Médica, em Joaçaba, onde foram feitos os exames de endoscopia que provocaram a morte de duas pessoas, no início do mês.
Devem ser enviadas à análise seringas, água destilada, ampolas, frascos com comprimidos de Diazepan e uma bisnaga da pomada de lidocaína, vencida desde março.
Até ontem, o material estava na Delegacia de Joaçaba. O delegado Maurício Pretto informou que não o encaminhou a Florianópolis porque o Instituto Geral de Perícias (IGP) não faz o exame de que precisa.
– O IGP consegue detectar se há o princípio ativo. Precisamos que se diga o percentual de princípio ativo dos medicamentos usados – disse.
Morreram após a endoscopia a dona de casa Maria Rosa dos Santos, 57 anos, de Joaçaba, e a agricultura Santa Aparecida Sipp, 62 anos, de Iomerê. Outras seis pessoas foram internadas. Iara Penteado, 15 anos, é a única que continua hospitalizada.
Joaçaba
Geral
Audiência pública
Instalação do Hemosc em Itajaí será debatida
A Secretaria de estado da Saúde realiza, nesta sexta-feira, uma audiência para implantação da unidade Hemosc em Itajaí. A reunião será na sede da SDR, às 14 horas. Hoje, a coleta de sangue no município é feita por uma unidade móvel que limita o número de doações a cada visita.
Além do hemosc, será discutido o credenciamento do Hospital Marieta Konder Bornhausen, de Itajaái, para o atendimento em neurocirurgia, embolização e no laboratório de eletrofisiologia. Também está na pauta o credenciamento em alta complexidade da Unidade de saúde Auditiva.
SSanta Catarina tem proporcionalmente à população o maior banco de sangue público do país. As cidades de Blumenau, Chapecó, Criciúma, Lages, Joaçaba e Joinville possuem hemocentros regionais. Unidades de coleta também foram instaladas em Tubarão, Jaraguá do Sul e canoinhas.
Todos os meses, o Hemosc é responsável por 1.500 consultas no ambulatório e pelo atendimento de mais de 3 mil doadores de sangue que, por intermédio desta ato voluntário, viabilizam transfusões sanguíneas e de hemoderivados.