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PROGRAMA EMERGENCIAL

Plano de guerra contra o crack

Decreto destina R$ 410 milhões a ações que vão de aumento de vagas em hospitais a repressão ao tráfico

 

“O crack pode ser um caminho sem volta. Não vamos deixar uma geração de jovens brasileiros perder um futuro cada vez mais promissor. Temos que agir é agora”, disse ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao assinar em Brasília o decreto que instituiu o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack. A epidemia de crack que assola o País levou o governo a destinar R$ 410 milhões para ações de combate ao tráfico, tratamento de usuários e campanha de prevenção. O plano abrange medidas de nove ministérios, órgãos do judiciário e entidades da sociedade civil.

Concebidas a partir de um pedido pessoal de Lula há 40 dias, as políticas contra a disseminação da pedra serão implementadas ao longo do ano. Apesar dos números superlativos apresentados – como o treinamento de 100 mil pessoas para assistência a usuários – a única medida que tem vigor imediato é a ampliação dos leitos para internação na rede pública. Com investimento previsto de R$ 90 milhões, o Ministério da Saúde quer dobrar as vagas para dependentes nos hospitais credenciados ao SUS, passando dos atuais 2,5 mil leitos para 5 mil leitos.

Em discurso no encerramento da 13ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, Lula pediu engajamento aos prefeitos e garantiu repasse de recursos aos municípios. Como o governo não dispõe de dados sobre o volume do consumo de crack e considera incipientes as pesquisas científicas, serão criados centros em hospitais universitários para estimular estudos específicos.

Para frear a demanda pela pedra, a intenção é articular ações dos ministérios da Saúde, do Desenvolvimento Social e da Justiça nas chamadas cracolândias. Profissionais de saúde pública e assistência social montarão consultórios de rua e as polícias federal, civil e militar pretendem atuar em batidas conjuntas para reprimir o tráfico. Conforme o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, as apreensões de crack crescem, mas o mercado ainda não é abastecido por grandes traficantes. “É um tráfico pulverizado, a droga é produzida fora das nossas fronteiras. Vamos fazer investigações conjuntas com as polícias do Paraguai, Bolívia, Peru e Colômbia.

 

SAÚDE PÚBLICA

MP quer entender como funciona o SUS de Joinville

 

 

O Ministério Público Federal pediu ao Conselho Municipal de Saúde de Joinville um mapeamento da demanda e da oferta de serviços prestados pelo SUS na cidade e do atendimento de beneficiários de planos de saúde privados pelo SUS. O objetivo é mapear as necessidades do SUS, além de apontar o custo estimado para a melhora do Sistema Único de Saúde. Além disso, o MPF pediu

ao conselho municipal informações sobre se o SUS em Joinville vem sendo ressarcido pelas operadoras de planos de saúde quando presta serviços aos beneficiários desses planos privados. Os procuradores deram prazo de 90 dias para que o CMS colha as informações e as repasse.

 

PARA LEMBRAR

Dia D de vacinação será no sábado, em Joinville

 

 

Nove regionais de saúde e o posto de saúde do Jardim Paraíso, os shoppings Cidades das Flores e Joinville Garten, supermercados Big, Angeloni e Giassi e a Delta Veículos terão pontos de vacinação contra a gripe A no sábado. O calendário de vacinação foi prorrogado até 4 de junho – todos os incluídos em grupos de risco podem se vacinar.

 

 

PROTOCOLO DE MANCHESTER

Nova lógica na saúde pública

 

Uma nova maneira de atender aos pacientes que chegam em duas importantes unidades de saúde pública de Joinville foi apresentado oficialmente ontem. A partir de domingo, o Hospital Municipal São José e o Pronto-atendimento do Aventureiro vão adotar o atendimento prioritário, chamado de Protocolo de Manchester, e não mais por ordem de chegada.

Quando um paciente chegar na unidade de saúde, passará por uma avaliação para confirmar a urgência. A pessoa vai receber uma pulseira com uma cor que representa um grau de emergência. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, ninguém vai deixar de ser atendido.

A única diferença é que os casos menos graves passarão para o fim da fila. Inicialmente, apenas um PA da cidade e o São José farão parte desse sistema. O Hospital Materno-Infantil Dr. Jeser Amarante Faria e o Hospital Regional Hans Dieter Schmidt já realizam esse tipo de procedimento. O objetivo, para o futuro, é integrar todas as unidades de saúde de Joinville e região. Confira algumas dúvidas e respostas.

 

EMERGÊNCIA

Dúvidas na hora do socorro

 

 

A espera no atendimento ao aposentado Álvaro Antônio Bittar, de 71 anos, deixou dúvidas sobre quem são os responsáveis pelo socorro nos arredores da BR-101 em Joinville. O idoso foi vítima de parada cardíaca quando estava em um restaurante às margens da rodovia, quarta-feira passada, no distrito de Pirabeiraba.

Uma pessoa ligou para a central de emergência no 190. A ligação foi transferida para o Samu, pois se tratava de um caso clínico. Mas o chamado não teria sido atendido porque o médico do Samu estava em outra ocorrência naquele momento.

A concessionária que administra a rodovia deslocou uma viatura até o restaurante, mas informou que a ambulância estava a dez quilômetros de distância. Como Álvaro piorava à espera de socorro, os patrulheiros da Polícia Rodoviária Federal (PRF) o levaram ao hospital na viatura.

Álvaro morreu na entrada do pronto-socorro. Um cliente do restaurante afirmou que o Samu se recusou a socorrer Álvaro alegando que a ocorrência seria da concessionária. O coordenador regional do Samu, Maurício Benetton, diz que os socorristas do serviço não podem se recusar a fazer atendimentos.

“A localidade não importa. A prioridade é fazer o atendimento e depois verificar de quem seria a responsabilidade”, afirma. Desde que os serviços de urgência em Joinville foram reunidos em uma única central. Todas as ligações para os serviços de urgência em Joinville são direcionadas para a mesma central de emergência. O operador de plantão analisa as circunstâncias da ocorrência e aciona a equipe mais indicada para o trabalho.

Ocorrências na rodovia BR-101 devem ser atendidas pela concessionária, desde que seja nos limites da pista. Por isso a empresa não teria obrigação de assumir a emergência no restaurante. Se ocorrer incêndio, mesmo que seja na estrada, a responsabilidade é dos bombeiros.

Quando a concessionária pede apoio, a prioridade de atendimento é do Samu. Corpo de Bombeiros são a segunda opção e a Polícia Militar, a terceira.

JOINVILLE
 
 
 
 
 
 
Visor

CORAÇÃO

O nome é complicado, mas os médicos garantem que trata-se de uma bela inovação. Na última terça-feira, o hospital SOS Cárdio realizou o primeiro implante percutâneo de válvula aórtica em SC. É indicado para pacientes com a doença que dificulta a saída de sangue do coração devido ao estreitamento da aórtica. O único tratamento era a cirurgia. Na nova técnica, a válvula artificial é levada até o coração a partir de uma artéria da perna.


Geral
CRACK NEM PENSAR

Lula lança o PAC do Crack

 

 

Causadora de chagas sociais e violência urbana, a epidemia de crack que assola o país levou o governo a destinar R$ 410 milhões, ainda este ano, para ações de combate ao tráfico, tratamento de usuários e campanha de prevenção. Lançado ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack abrange medidas de nove ministérios, órgãos do Judiciário e entidades da sociedade civil.

– Não vamos deixar uma geração de jovens brasileiros perder um futuro cada vez mais promissor. Temos de agir é agora – disse, ontem, o presidente, ao assinar o decreto que instituiu o programa de combate à droga.

As políticas contra a disseminação da pedra serão implementadas ao longo do ano. Apesar dos números superlativos apresentados – como o treinamento de 100 mil pessoas para assistência a usuários –, a única medida que tem vigor imediato é a ampliação dos leitos para internação na rede pública de saúde. Com investimento de R$ 90 milhões, o Ministério da Saúde deseja dobrar as vagas para viciados nos hospitais credenciados ao SUS, passando dos 2,5 mil leitos para 5 mil.

Como o governo não dispõe de dados atuais sobre a droga, serão criados centros de referência em hospitais universitários para estimular o desenvolvimento de estudos. A intenção também é articular ações dos ministérios da Saúde, do Desenvolvimento Social e da Justiça nas chamadas cracolândias.

Enquanto profissionais de saúde e assistência social irão montar consultórios de rua, as polícias Federal, Civil e Militar pretendem atuar em batidas conjuntas para reprimir o tráfico. De acordo com o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, como a droga é produzida fora do país, haverá, ainda, ações nas fronteiras.

Na terceira frente de combate, universitários do Projeto Rondon, líderes religiosos e comunitários, professores e monitores vinculados à Central Única das Favelas serão treinados para visitar comunidades. Tendo a campanha do Grupo RBS, Crack, Nem Pensar, como referência, Lula determinou, ainda, a criação de ação similar que será oferecida aos veículos de comunicação.

 

CRACK NEM PENSAR


Mais leitos

O planoO plano promete dinheiro a curto prazo para a ampliação da rede de atendimento aos dependentes. Isso ocorrerá por meio de financiamento às prefeituras. O governo anunciou que vai abrir um edital para financiar projetos municipais de aumento do número de leitos em serviços de urgência e em hospitais gerais. As prefeituras poderão buscar financiamento para melhoria e ampliação de toda a rede assistencial relacionada ao crack, incluindo casas de passagem, comunidades terapêuticas e programas de reinserção social dos usuários.

 

Treinamento de profissionais

O plano

 

Um dos focos do programa lançado ontem é a capacitação. Isso inclui quem trabalha com o tratamento e a reinserção social, como profissionais da rede de saúde e de assistência social. Abrange ainda um universo de pessoas capaz de agir na prevenção, como educadores, conselheiros municipais, operadores de segurança pública, religiosos e líderes comunitários. Também será oferecida capacitação a juízes e equipes psicossociais dos Juizados Especiais Criminais, com o objetivo de uniformizar e implantar prática de inserção social dos dependentes

 

 
Termômetro pode ser perigoso à saúdeEntidades de saúde e ambiente entregaram, ontem, um documento à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pedindo a proibição do uso e da fabricação de termômetros de mercúrio no Brasil. Elas propõem a criação de um programa de substituição desses termômetros por outros não tóxicos. O argumento é que os termômetros são frágeis e detêm grande concentração do metal, o que pode contaminar pessoas e ambientes. Um dos entraves para a substituição é o preço. Em junho, o Brasil participará da primeira reunião internacional que discutirá um tratado sobre mercúrio, na Suécia.

 

 

FAÇANHA CIENTÍFICA

A vida criada em laboratório

 

 

Cientistas norte-americanos fizeram, ontem, um anúncio que promete entrar para a história como um dos maiores feitos da biologia moderna. Pela primeira vez, pesquisadores conseguiram produzir uma forma de vida “sintética” em laboratório. A façanha abre a possibilidade de criar uma espécie artificial, com toda a carga ética que isso implica.

Oprojeto é liderado pelo polêmico Craig Venter, que ajudou a sequenciar o genoma humano 10 anos atrás. No caso anunciado ontem, Venter foi ainda mais audacioso. Pegou o genoma sequenciado de uma bactéria, fez uma cópia “sintética” desse genoma, transplantou essa cópia para o “corpo” de uma célula morta (sem DNA), e essa célula passou a ser viva, funcionando e multiplicando-se como se fosse a bactéria original.

– É a primeira espécie autorreplicante no planeta cujo pai é um programa de computador – disse Venter.

Resultado de 15 anos de experiências

Pensando no genoma como um software biológico, o que os cientistas fizeram foi “piratear” o sistema operacional de uma máquina, transferir esse programa para outra máquina e fazer com que a máquina funcionasse normalmente. Uma operação que custou US$ 40 milhões e levou 15 anos para funcionar.

O resultado, apresentado na edição de ontem da revista Science, é uma linhagem de milhões de bactérias reproduzidas de uma única célula que recebeu o genoma sintético.

Em trabalhos passados, publicados ao longo dos últimos anos, a equipe já havia conseguido transplantar o genoma de uma espécie de bactéria para o corpo de uma outra espécie, que passou a se comportar como se fosse a primeira.

Também já haviam mostrado que era possível confeccionar esse genoma em laboratório. Mas não haviam conseguido fazer com que esse genoma sintético funcionasse dentro da célula receptora.

As bactérias da linhagem sintética, batizada de M. mycoides JCVI-syn1.0, funcionam e se reproduzem como qualquer bactéria na natureza. O termo “sintético” refere-se ao fato de o genoma ter sido montado em laboratório, mas todos os ingredientes são naturais.

Já acusado de “brincar de Deus”, Venter busca, na verdade, desenvolver uma ferramenta biotecnológica que permita produzir micro-organismos “sintéticos”, geneticamente programados para realizar funções específicas como, por exemplo, absorver gás carbônico do ar, digerir manchas de petróleo no mar ou produzir biocombustíveis com base em energia solar,.

 

 

 


Troca


A Associação e a Federação Catarinense dos Hospitais e a Federação das Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas de SC iniciam a semana que vem uma rodada com os pré-candidatos ao governo do Estado. O primeiro será Eduardo Moreira do PMDB, que confirmou presença na quarta-feira. Um documento será entregue a cada um deles com propostas visando integrar o plano de governo. A meta é detalhar a importância da rede privada e filantrópica no atendimento à sociedade catarinense


Realidade


Desde 2000 está parada no Congresso a regulamentação dos gastos em saúde. O Conselho Nacional de Saúde em 2003 retirou, por consenso, os gastos com inativos do percentual obrigatório. Um paliativo já que o Congresso não se manifesta sobre a Emenda 29, defendida mais uma vez na Marcha dos Prefeitos, que garante a vinculação de recursos a serem gastos com Saúde pela União, Estados e Municípios.