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MATERNIDADE DARCY VARGAS

Dois problemas, um resolvido

Grávidas já são atendidas em ultrassom mais moderno. Mas filas de espera podem continuar: falta de médicos é o principal motivo

 

A sala de ultrassonografia da Maternidade Darcy Vargas, em Joinville, tinha ontem cheiro de novo. O ultrassom comprado por R$ 110 mil pela Prefeitura com verba do Sistema Único de Saúde começou a atender às gestantes. A autônoma Mariluce Lima da Costa, de 35 anos, pôde ver a primeira filha, Nara, mais nitidamente. “Antes, o osso da perna não aparecia com tanta nitidez”, contou ela, que, aos seis meses de gestação, fez o quarto ultrassom do pré-natal ontem.

Mais moderno, o ultrassom dá fôlego à maternidade que é referência na região Norte do Estado e faz mais de mil exames mensais. Mas o novo aparelho vai contribuir pouco para reduzir filas de espera para o exame mais comum da Darcy Vargas. O tempo de exame não pode ser reduzido de forma drástica – dura entre 15 minutos e meia hora. As filas de espera para o exame na maternidade – causada por picos de atendimento, segundo a direção – apenas serão solucionadas quando o hospital conseguir aumentar o número de médicos.

Hoje, o hospital tem cinco médicos que fazem o exame, só dois concursados. Em junho, dois médicos estarão de licença e um profissional precisará ser contratado para cobrir a escala. “A intenção não é usar o aparelho para aumentar o fluxo. Mesmo porque não temos profissionais para isso”, afirma o diretor-geral, Armando Dias Pereira Jr. O Estado pretende contratar em julho dois radiologistas para Joinville. Ao menos um deve ir para a Darcy Vargas. As provas do concurso público serão em junho.

Mas o ultrassom recém-instalado cria uma reserva importante. No início do ano, o transdutor (dispositivo que capta as imagens do útero) do então único aparelho quebrou. Correria: a Darcy Vargas teve de pedir o acessório emprestado a outro hospital. O dispositivo demorou dois meses para ser licitado e custou R$ 20 mil ao Estado.

E facilita o trabalho do setor de medicina fetal, que monitora o desenvolvimento dos bebês. Os médicos tinham de dividir o ultrassom com o pronto-socorro e liberar o aparelho quando surgia uma emergência. “Havia horas de conflito: dois médicos e um aparelho”, lembra o radiologista Marcelo Fronza.

 

GRIPE A

Aumenta a lista de vacinação

Ministério da Saúde inclui crianças de dois a quatro anos, policiais e professores

 

A partir da segunda-feira, crianças entre dois e quatro anos, policiais militares, bombeiros, professores e presidiários entram na campanha de imunização contra o vírus da gripe A. Vale para professores e funcionários de creches e escolas, públicas ou privadas, dos ensinos fundamental e médio. Para receberem a vacina, bastará apresentar identificação profissional (no caso do professores e funcionários do ensino) ou carteira militar (para bombeiros e policiais).

O calendário de vacinação foi estendido até 4 de junho e ainda disponibiliza dose para os outros grupos. Até a última terça, Joinville não havia alcançado a meta mínima de vacinação (80%) em grávidas, doentes crônicos não-idosos, adultos saudáveis entre 20 e 29 anos e entre 30 e 39 anos. Está previsto mais um mutirão de vacinação no sábado. Na segunda, a Prefeitura saberá quantos moradores passam a ser alvo da campanha.

 

ENDOSCOPIAS FATAIS

Clínica de Joaçaba é interditada de novo

 

 

A Conci Clínica Médica, onde duas mulheres morreram após fazer uma endoscopia em Joaçaba, no Meio-oeste do Estado, foi novamente interditada ontem. Segundo a diretora da Vigilância Sanitária do Estado Raquel Bittencourt, foi um equívoco a reabertura da clínica por fiscais da Vigilância Sanitária na tarde de terça-feira. A inspeção na clínica foi feita pouco depois das 7 horas, momento em que foi novamente interditada

 

SAÚDE

Novo critério de atendimento

A partir de segunda-feira, a preferência no Hospital São José e no PA do Aventureiro será dos casos mais graves

 

O Hospital Municipal São José e o Pronto-atendimento do Aventureiro, em Joinville, passarão a adotar, a partir de domingo, um novo sistema de atendimento, semelhante ao que já existe no Hospital Materno-Infantil Dr. Jeser Amarante Faria e, em menor escala, no Hospital Regional de Joinville. Os pacientes que procurarem qualquer uma dessas unidades, a partir de segunda-feira, serão atendidos pela urgência do caso e não pela ordem de chegada.

Seguindo o Protocolo de Manchester, enfermeiros e técnicos farão uma pré-avaliação dos pacientes, que receberão uma classificação, de acordo com a gravidade do caso, indicada por pulseiras de cinco cores (veja quadro na página ao lado).

O Hospital Infantil implantou há oito meses um sistema de classificação de risco. Um modelo que tem sido aprovado, até por pacientes de menor gravidade, que chegaram antes, mas esperam mais para serem atendidos.

Andréa Schmidt chegou a procurar um posto de saúde, mas na falta de um pediatra, optou por levar a filha Sofia, 5 anos, ao pronto-socorro do Hospital Infantil, ontem à tarde. O atendimento demorou mais do que previsto. Depois da triagem, foram três horas de espera que valeram a pena, segundo ela.

Segundo o hospital, a maioria dos casos no pronto-socorro ainda são de menor gravidade. Só na terça-feira, 37 casos eram muito urgentes e urgentes, e requeriam atendimento hospitalar, enquanto 140 casos poderiam ter sido encaminhados a PAs e postos de saúde. Situação que pode mudar com implantação do protocolo, de maneira integrada, nas demais unidades de saúde. Depois do PA do Aventureiro e do Hospital São José, outras unidades devem adotar o modelo. Hoje, o cronograma de implantação para toda a rede na região Norte será detalhado.

 

EMERGÊNCIA

Morte a caminho do hospital

 

 

Álvaro Antônio Bittar, 71 anos, morreu na manhã de ontem, em Joinville, na entrada do pronto-socorro do hospital da Unimed. Ele teve uma parada cardíaca quando estava em um restaurante às margens da BR-101, em Pirabeiraba.

Ao perceber que Álvaro estava passando mal, uma pessoa ligou para a 190. Como se tratava de um caso clínico, a ligação foi transferida para o Samu. Mas o chamado não foi atendido. Segundo a PM, a ligação teria ficado em espera, porque o médico do Samu estava em outra ocorrência.

O aposentado foi socorrido Polícia Rodoviária Federal. “Como a parada cardíaca estava em estágio avançado, os patrulheiros decidiram levá-lo ao hospital em nossa viatura”, diz o inspetor, Everson Feuser. Mas, o aposentado não resistiu.

Ontem à noite, o coordenador regional do Samu, Maurício Benetton, disse que ainda não havia tomado conhecimento do caso e avisou que se houver queixa de negligência, o caso será apurado.

JOINVILLE

 

 

 

   

PROMESSA- - Em nota sobre a adoção do Protocolo de Manchester em Joinville, a Secretaria de Estado da Saúde chegou a prever menor número de mortes por causas indeterminadas, porque, com a triagem, será possível identificar melhor os casos de urgência.

COLETIVA- - O protocolo, iniciativa conjunta das secretarias estadual e municipal de Saúde, será apresentado hoje em Joinville e começa a ser adotado no domingo.

 

 

 

Visor


ÉTICA MÉDICA

Uma das personagens mais polêmicas da história recente do país, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, estará em Florianópolis dia 31. O ministro fará a abertura do 3º Seminário de Direito à Saúde, que acontecerá no Auditório da Justiça Federal em SC. O assunto provoca controvérsias, coisa de que Mendes entende bastante. O seminário reunirá juristas, médicos e outros profissionais e discutirá assuntos como o novo código de ética médica. Mais informações no site www.jfsc.gov.br.

 

Geral

GRIPE A

 

Vacinação é ampliada no Estado

Campanha só vai terminar quando a meta de imunizar 2,8 milhões de pessoas for alcançada

 

A Secretaria de Estado da Saúde ampliou ontem o grupo que pode ser vacinado contra a gripe A (H1N1), gratuitamente, em postos de saúde. Crianças de dois a quatro anos e educadores entraram na lista. Agora também não há mais data para o término da campanha de vacinação.

Se até ontem o calendário terminava no próximo sábado, agora, o diretor de Vigilância Epidemiológica, Luis Antônio Silva, afirmou que o prazo foi estendido por tempo indeterminado até que a meta de 2,8 milhões de pessoas, pertencentes aos grupos de risco, seja atingida.

A expectativa é ter todos vacinados antes do início do inverno, em junho. A partir da semana que vem, começa a imunização dos novos grupos (lista na página ao lado). Mas os anteriores, que inclui gestantes, trabalhadores da saúde, crianças menores de dois anos, adultos entre 20 e 39 anos, indígenas e doentes crônicos, podem procurar os postos para se vacinar.

Esta semana, a campanha se concentra em adultos com idade entre 30 e 39 anos. Até agora, 43% desta faixa etária foi vacinada.

Ontem, a cabeleireira Ludyana Bastos da Silva, 37 anos, procurou a tenda montada no calçadão, entre o Mercado Público e o Terminal Central de ônibus (Ticen) em Florianópolis, para se vacinar. Em menos de um minutos, recebeu a picada:

– Foi uma ótima ideia montar a tenda no Centro. É um lugar por onde todos passam – afirma a cabeleireira.

O posto é um dos que mais vacinaram na Capital. Todos os dias, de 800 a mil pessoas são imunizadas no local. A tenda foi montada especificamente para vacinar contra a gripe A.

Por conta da ampliação da campanha, neste sábado, não haverá Dia D. Assim como os menores de dois anos, crianças de dois a quatro anos também vão precisar da segunda dose da vacina. Neste caso, ela será dada rigorosamente 21 dias depois da primeira dose, segundo o diretor da Vigilância Epidemiológica.

A decisão por ampliar a campanha foi tomada em parceria com o Ministério da Saúde. Em Santa Catarina, 2,1 milhões de pessoas já foram imunizadas até ontem.

  


Brasil quer fim de acordo

País acredita que grupo representa interesses de empresas e impede comércio de genéricosBrasil e Índia querem que a Organização Mundial de Saúde (OMS) ponha fim a uma parceria iniciada em 2006 com o Grupo Internacional de Luta contra a Pirataria de Medicamentos (Impact), representado por empresas farmacêuticas. – Um divórcio é inevitável – ressaltou o Brasil durante a 63ª Assembleia Geral da OMS realizada esta semana em Genebra.

Os dois países, grandes produtores de genéricos, consideram que o Impact defende os interesses de empresas farmacêuticas que utilizam, segundo eles, a luta contra a pirataria para impedir a venda de medicamentos genéricos concorrentes.

O Impact inclui ainda organizações como a Interpol, a União Aduaneira, o Banco Mundial, a Organização Mundial do Comércio (OMC), além de organizações de médicos e pacientes.

– O papel do Impact é controverso – insistiu a Índia, considerando que é preferível que a OMS trabalhe com um outro órgão mais independente na luta contra o comércio de medicamentos piratas, como um grupo intergovernamental.

Em resposta aos apelos, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, se limitou a dizer que “essa parceria havia sido lançada antes de sua chegada”. A delegada do Quênia logo reagiu: “Se você não está satisfeita em um casamento, você pede o divórcio”.

Segundo a OMS, mais da metade dos medicamentos comprados em sites é falsa. Trata-se de remédios para o tratamento da malária, de acordo com a Federação Internacional Farmacêutica, que reúne 2 milhões de empresas farmacêuticas no mundo.

 

Genebra

 


Vigilância vai apurar caso


Diretora estadual vai investigar motivos que levaram técnicos regionais a reabrir local lacrado um dia antes

A diretora da Vigilância Sanitária estadual, Raquel Ribeiro, lacrou a Conci Clínica Médica, em Joaçaba, no Meio-Oeste. É a segunda vez que o local é interditado. Raquel vai apurar os motivos que levaram técnicos da regional a desinterditar a clínica na tarde de terça-feira. Os envolvidos podem ser exonerados dos cargos. Duas mulheres morreram após serem submetidas à endoscopia na clínica.

Raquel e o gerente de inspeção de serviços da Vigilância Sanitária estadual, Samir Ferreira, foram a Joaçaba conferir as condições da clínica, conhecer o consultório e comprovar se o estabelecimento havia sido reaberto na terça-feira, um dia depois de ter sido interditado pela Vigilância Sanitária regional.

Às 7h de ontem, Raquel vistoriou a clínica e comprovou que havia mesmo sido reaberta. Imediatamente, ela reinterditou o local.

– Enquanto a investigação da Vigilância não terminar, não podemos reabrir a clínica. Foi um equívoco a liberação para consultas onde duas pessoas morreram e outras seis foram internadas após ser submetidas às endoscopias – afirmou a diretora da Vigilância Sanitária estadual.

A reinterdição é cautelar para evitar que o médico continue atendendo na clínica. Denis Conci Braga está proibido de realizar consultas no consultório, situado em uma galeria na região central de Joaçaba.

Raquel afirmou que o foco das investigações da Vigilância, que conta com a participação de 10 pessoas, entre técnicos em farmacologia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é descobrir o que provocou as mortes da dona de casa Rosa dos Santos, 52 anos, e da agricultora Santa Sipp, 60 anos, e as internações dos outros seis pacientes.

A sanitarista disse que não falará das suspeitas da Vigilância até que o inquérito seja concluído, o que deve ocorrer na próxima segunda-feira. A falta de alvarás para realizar endoscopia no consultório está em segundo plano nas investigações do órgão. Ontem, Raquel colheu informações dos prontuários dos pacientes e conversou com o médico.

Além de explicar por que decidiram reabrir a clínica, sem consultar a diretoria da Vigilância Sanitária, os fiscais responderão a sindicância interna, que seria aberta ontem. Dependendo dos motivos que alegarem, os servidores poderão ser exonerados.

Estado de Iara é gravíssimo

Iara Penteado, 15 anos, continua internada em estado gravíssimo na UTI do Hospital Santa Terezinha. Ela está em coma induzido e a família deve processar o gastroenterologista

 

 


DENGUE


Minas contabiliza 14 mortes este anoO Estado de Minas Gerais divulgou um balanço ontem em que aponta o registro de 158.170 casos notificados de dengue desde o início do ano. Desses, 80 casos são de dengue hemorrágica e 14 são de mortes confirmados em decorrência da doença.

Segundo o balanço da secretaria, os óbitos ocorreram em Carangola, Arcos, Frei Inocêncio, Belo Horizonte, Paraopeba, Vespasiano, Dores do Indaiá, Pirapetinga, Ponte Nova, Cana Verde e Nova Lima.

A secretaria aponta que outros 37 óbitos estão sendo investigados e podem ter sido causados por dengue. O órgão acredita que o aumento dos casos se deve às fortes chuvas e ao calor, além da circulação de mais de um vírus simultaneamente

 

 

Colunista Cacau Menezes

 

  A culpa é nossa?

 

 

 

 

 

 Gripe A

Novos grupos também deverão ser vacinados

 

A Secretaria de estado da Saúde, em acordo com o Ministério da Saúde, prorrogou o calendário de vacinação contra a gripe A ( H1N1). Além de continuar disponobilizando a vacina aos grupos já incluídos na estratégias, também foram designados novos grupos para receberem a vacina, de 24 de maio a 4 de junho. Crianças de 2 a 4 anos de idade, policiais militares, bombeiros que estejam efetivamente em atividade, professores e servidores de creches e escolas, privadas e públicas( do ensino fundamental)m e pessoas albergadas em presidios.

Em Santa Catarina, mais de dopis milhões de pessoas já tinham tomado a vacina até ontem. No Brasil, a menor procura pela vacina ainda é por parte das gestantes." Peço um esforço por parte dos adultos entre 30 e 39 anos e das mulheres grávidas, em qualquer período da gestação, para que tomem a vacina antes da chegada do enverno, porque a vacinação é a forma mais efetiva de se proteger contra a doença" reforça o Secretário  Estadual da Saúde , Roberto Hess de Souza.

 

 

 

“Mulher tem filho num terminal de ônibus depois que maternidade se recusa a atendê-la por falta de um documento. Duas pessoas morrem em exame de endoscopia numa clínica que usava produtos vencidos. Cirurgião deixa gaze dentro de uma mulher por um ano. E com certeza vai ter gente da área da saúde dizendo que a culpa é da imprensa, por divulgar estes fatos. Um absurdo. Clovis Ramalho de Oliveira, professor de geografia, Florianópolis.”