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SAÚDE

O drama de Ana e Wagner

Filho de um ano e meio do casal morreu nos braços da mãe logo após receber injeção de antialérgico. Pais suspeitam de erro de procedimento de enfermagem

 

Felipe Malaquias, um ano e cinco meses, morreu nos braços da mãe enquanto era amamentado. Na terça-feira, o menino deu entrada no Hospital Infantil Jeser Amarante Faria com princípio de pneumonia. Foi medicado e apresentava sinais de melhora quando uma injeção na veia tirou o sorriso dele. Felipe era o caçula de Ana Paula e Wagner Malaquias. O casal acredita em erro de procedimento de enfermagem.

A última imagem que Wagner tem do filho é de minutos antes da morte. Um beijo de despedida, um sorriso e um “papai” balbuciado. Wagner saiu do hospital para buscar roupas para mulher. No caminho, recebeu a notícia de uma vizinha. “Ela me disse para voltar correndo que o Felipe tinha sofrido uma parada cardíaca.”

Ana Paula lembra dos últimos momentos com o bebê. Ela o levou para a emergência por causa da febre. O médico decidiu interná-lo por um dia. A enfermeira foi encarregada de ministrar um antialérgico. Neste momento, a recordação de Ana é um misto de tristeza, dúvidas e revolta. “No momento em que ela injetou o medicamento, ele escureceu e morreu no meu colo”.

A mãe ficou sem reação. Primeiro, vieram as lágrimas. Depois, uma certeza. “Eu falei na mesma hora: meu filho não morreu, vocês mataram o meu filho”. Para ela e o marido, não há outra explicação. “Ele sempre foi saudável. Só tinha gripe. Foi uma coisa inexplicável”.

Desde terça-feira, o casal não faz outra coisa senão tentar entender como uma criança saudável, com um problema simples, teria morrido daquela maneira. A hipótese levantada por Ana é de que o medicamento tenha sido diluído no solvente errado. “Pessoas lá de dentro nos falaram que eles usaram cloreto de potássio em vez de água e isso deve ter sido a causa”.

A explicação fez com que Ana pesquisasse pela internet se a mistura do antialérgico com o solvente poderia ter provocado a morte. “Confirmei que sim. Usaram a combinação errada.”

Ana e Wagner ainda não tiveram tempo de chorar a perda do filho. Ontem, passaram a manhã no Hospital Infantil. Ninguém admitiu o erro. “Para nós, falaram que o exame ainda não está pronto, mas nós também sabemos que está, que existe um laudo”, conta o pai. “Nós só não queremos ser tratados com deboche. A gente pergunta e eles respondem com uma frieza impressionante”, diz Ana Paula.

Às vésperas do Dia das Mães, Ana se conforta no marido e nos filhos Nathália, de 4 anos, e Marlon, 9. As lágrimas ainda são tímidas, parecem presas na incerteza e na revolta. “Não foi uma fatalidade. Foi com o meu filho, mas podia ter sido com qualquer outro.”

 

SAÚDE

Denúncia é feita ao MP

Sem respostas oficiais do Hospital Infantil Jeser Amarante Faria, Wagner e Ana decidiram recorrer ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). Ontem, foram à Promotoria da Infância e Juventude para fazer a denúncia do que consideram um erro de procedimento de enfermagem. Eles relataram o fato à assessoria do promotor Sérgio Joesting, que está de férias e é substituído por Júlio César Mafra.

Na segunda-feira, o Ministério Público vai solicitar ao Hospital Infantil e ao laboratório a quem o casal atribui a responsabilidade pelo laudo que vai comprovar se houve erro de procedimento ou não uma explicação imediata sobre o caso. O objetivo de Wagner e Ana é levar a investigação até a última instância.

“O processo vai ser uma consequência. Mas agora que começamos, vamos até o fim. Não estamos interessados em dinheiro, porque isso não vai trazer nosso filho de volta. Se ganharmos algum dinheiro com isso, com certeza vamos doar”, afirma Ana. “Nós só queremos uma explicação. Se foi uma imprudência, alguém vai ter que responder por isso”, completa Wagner.

O casal tem certeza de que o Hospital Infantil está omitindo informações sobre o caso. Segundo Ana, uma fonte “lá de dentro” confirmou que o laudo que esclareceria a questão chegou ontem do laboratório. “Mas para nós eles negam. Dizem que vai demorar para chegar. Eu já perguntei se nós podemos procurar o laboratório e eles dizem que não”, diz o pai.

O QUE DIZ O HOSPITAL
Via assessoria de imprensa, a direção do Hospital Infantil informou que abriu uma sindicância para apurar o caso.
Segundo a direção, a funcionária (enfermeira) que pode ter cometido o suposto erro permanece afastada. A assessoria informa que somente os resultados de diversos exames poderão identificar a causa da morte de Felipe.

 

 

VISOR 

INFUSÃO

O Baía Sul Hospital Dia amplia hoje o seu foco de atuação. Neste sábado lança, na Capital, o seu novo centro de infusão de medicamentos. A técnica é utilizada no tratamento de doenças crônicas como a artrite reumatoide e o lúpus. A aplicação em ambiente hospitalar garante mais segurança aos pacientes.



 

Hospital Universitário transmite terceira cirurgia online neste sábado‏


Ingrid Fagundez / Bolsista de Jornalismo na Agecom
 
O Laboratório de Telemedicina e Informática Médica (LabTelemed) do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina transmite neste sábado, 8 de maio, pela internet, uma cirurgia de colocação de prótese mamária. O procedimento será realizado às 9h pelo ex-presidente da Sociedade Internacional de Cirurgia Estética (Isaps), o cirurgião plástico João Carlos Sampaio Goes. A transmissão faz parte do projeto de parceira entre o Serviço de Informática e o Serviço de Cirurgia Plástica. É uma adaptação do sistema usado há três anos pelo LabTelemed para organizar videoconferências entre o HU e outros hospitais.

A colocação da prótese será divulgada através de um programa de webconferência. Para assistir é preciso estar cadastrado no site webconf.rnp.br/ruteufsc. Os profissionais de saúde interessados devem procurar o professor e cirurgião plástico do HU, Rodrigo D´Eça Neves, responsável por definir o grupo que vai acompanhar o procedimento via web. A lista de nomes será repassada para os técnicos de informática que administram o programa.

“Não podemos liberar o acesso ao público em geral. É preciso agir de acordo com a ética médica e respeitar os direitos de imagem do paciente”, explica Neves. “A exibição do procedimento cirúrgico não faz parte de um reality show, mas de um processo de ensino e troca de conhecimentos”, completa. O sistema suporta até 50 computadores conectados em território nacional. Estes podem passar as imagens em salas de aula, auditórios e centros de saúde. “Nas duas primeiras transmissões, realizadas em abril, o número de participantes não passou de seis”, conta o técnico de informática Leandro Silveira.

A transmissão é monitorada por três profissionais. No sábado, um deles estará no centro cirúrgico, capturando as imagens com uma câmera de alta resolução. Outro, no auditório da Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, onde graduandos e pós-graduandos em Medicina, professores e médicos convidados irão assistir a cirurgia em um telão. O terceiro será o administrador da sala virtual, que controla a entrada e saída de usuários.

A pessoas conectadas podem fazer perguntas ao cirurgião durante o procedimento, pelo microfone do seu computador ou pelo chat do programa. No primeiro caso, o questionamento é escutada por todos, e o cirurgião a responde usando um microfone de lapela. “Nós liberamos uma pessoa de cada vez para falar. Ela tem que pedir licença ao administrador, senão vira bagunça e pode até atrapalhar a equipe que está trabalhando”, diz Silveira. Quando é feita pelo chat, a questão é lida em voz alta pelo técnico presente na sala de cirurgia, que tem um computador à sua disposição.

O projeto piloto só foi possível este ano, com a chegada de uma câmera de alta resolução, que permitiu a melhor visualização das imagens. Testes já tinham sido realizados com uma webcam, que não capturava os detalhes da cirurgia. "O novo equipamento, fornecido pela RUTE, permitiu completar o desejo de expandir os recursos didáticos para o curso de medicina e proporcionar a educação continuada", explica o professor.

“Estamos esperando recursos da Rede Nacional de Pesquisa e Ensino (RNPE) para a compra da câmera mais adequada, para organizar um espaço no HU para melhorar o projeto”, afirma o técnico de informática, Leandro Henrique Souza.

Para acessar a cirurgia, entre nosite

Mais com Rodrigo D´Eça Neves, fone Rodrigo D´Eça Neves - 9915-2546

Palestra: Nesta sexta, a partir de 20h, o ex-presidente da Sociedade Internacional de Cirurgia Estética (Isaps), o cirurgião plástico João Carlos Sampaio Goes faz palestra aberta a interessados no Laboratório de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental do Hospital Universitário