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CAMISINHA E RELIGIÃO
Fala do papa é bem recebida

Especialistas na área de saúde no Estado dizem que afirmação é um avanço

A afirmação do papa Bento 16, que surpreendeu setores progressistas da Igreja Católica e ativistas na luta contra o HIV/Aids, alimenta a discussão entre religião e saúde pública. Em Santa Catarina e no mundo, organizações não-governamentais e especialistas na área de saúde acreditam que a declaração do pontífice é um avanço nas políticas de prevenção contra o vírus, mas autoridades religiosas do Estado preferiram não comentar muito o assunto.

O arcebispo dom Murilo Krieger e o padre Francisco de Assis Wloch não quiseram comentar o assunto até que a questão seja cuidadosamente estudada. Em Joinville, o bispo dom Irineu Scherer diz estar ansioso para ler o livro que será lançado hoje. “O que o papa fala é sempre fruto de um estudo muito aprofundado. Quando ele fala de fé e de moral, é infalível, é algo aprovado pela Igreja. Por isso, concordo com a sua opinião”, afirma o bispo.

Embora o Vaticano tenha se apressado em garantir que a afirmação não muda o discurso da Igreja, o posicionamento de Bento 16 marca uma relação mais branda em relação ao uso de preservativos e ao combate à Aids.

Para a professora do departamento de enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Betina Meirelles, dar abertura para a prevenção do vírus HIV é um avanço. Leon de Paula, presidente da Fundação Açoriana para o Controle da Aids (Faça), concorda e acredita que outros passos devem ser dados para repensar o posicionamento da Igreja.

“A camisinha é o instrumento mais eficaz de prevenção. As pessoas têm que mudar a ideia de que usar preservativo significa promiscuidade”, diz Paula.

Para Helena Pires, presidente do Grupo de Apoio à Prevenção da Aids (Gapa), o uso de camisinha é obrigatório no mundo atual, com ou sem o aval de dirigentes religiosos. “Líderes religiosos não deveriam influenciar na questão individual de prevenção e saúde. Eu sou católica e acredito que, vivendo minha vida de forma saudável, estou no caminho que Deus quer”, explica Helena.

No Brasil, observa-se que a incidência do vírus está aumentando em direção ao interior do País. A mesma tendência ocorre em Santa Catarina, onde se observa aumento de casos em cidades onde a doença não era detectada antes. Mesmo assim, de acordo com relatório divulgado pelo Ministério da Saúde no ano passado, em dez anos a taxa de incidência de Aids no Estado se manteve praticamente estável.

 

 

Nomes para a Saúde

Há outros nomes, mas a escolha do novo secretário estadual de Joinville está afunilando entre o médico joinvilense Dalmo Claro e o secretário de Saúde de Florianópolis, João José Cândido da Silva. Uma curiosidade: o último joinvilense escolhido como secretário de Estado de Saúde, Eni Voltolini, tinha Cândido como adjunto. Foi no começo do segundo governo Amin (1999-2002).

 

AN Jaraguá


SAÚDE
Hospital amplia UTI e melhora oncologia

O Hospital e Maternidade de São José de Jaraguá do Sul inaugurou ontem a área de conforto do setor de oncologia e a ampliação da unidade de terapia intensiva (UTI) do hospital. A obra recebeu R$ 10,9 milhões do Governo do Estado. Desde que foi firmada a parceria entre o Centro Empresarial de Jaraguá do Sul com a Sociedade Divina Providência na administração da unidade de saúde, a receita da instituição passou de R$ 8 milhões para R$ 30 milhões. O número de leitos também teve aumento, de 110 para 202.

 

 Visor

SOLIDARIEDADE NO SANGUE

Os números do Hemosc em 2010 confirmam: o catarinense leva a solidariedade no sangue. Até o início de novembro, o índice de doações espontâneas chegou a 78%, enquanto o número de doadores de repetição (aqueles que doam sangue mais de uma vez num período de 12 meses) alcançou 47% na hemorrede em todo Estado. Somente no Hemocentro de Florianópolis, a média anual de doações espontâneas é de 86%, e o índice de doações de repetição é de 54%. Para comemorar a conquista, o Hemosc realiza até sexta-feira a Semana do Doador de Sangue, para agradecer a todos os que ajudam a salvar vidas em Santa Catarina

 

 

Geral


ANTIBIÓTICOS
Comprar fica mais difícil

A partir de domingo, aquisição de remédios só poderá ser feita com receita de controle especial

A compra de antibióticos nas farmácias e drogarias só poderá ser feita com receita de controle especial, em duas vias, a partir deste domingo. A medida é obrigatória e foi tomada há um mês pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A intenção é reduzir os casos de resistência bacteriana e promover o uso racional de medicamentos no país. No ano passado, o comércio brasileiro de antibióticos movimentou cerca de R$ 1,6 bilhão.

De acordo com a diretora da Vigilância Sanitária de SC, Raquel Ribeiro Bittencourt, o Brasil, mesmo que tardiamente, passa a seguir a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de ter um controle rigoroso na venda de medicamentos que provocam o crescimento de bactérias resistentes a tratamentos.

Para o presidente da Associação Catarinense de Medicina (ACM), Genoir Simoni, a determinação é uma forma de proteger a sociedade e evitar o uso abusivo.

– O consumo equivocado, além de aumentar o número de bactérias no organismo, modifica o sistema imunológico. A pessoa fica mais suscetível a infecções. Em 70% dos casos, a medicação é tomada por conta própria e sem necessidade. É essencial esclarecer que os antibióticos são drogas, que só devem ser usados quando prescritos por um médico – alerta.

A infectologista do Serviço de Controle Hospitalar do Hospital Universitário, Ivete Masukawa, afirma que os recentes casos de infecção hospitalar registrados no país reforçam ainda mais esta situação considerada grave.

A presidente do Conselho Regional de Farmácia de Santa Catarina, Hortência Tierling, coloca que o papel do farmacêutico é de contribuir para a adesão ao tratamento, orientando para que o medicamento seja utilizado pelo período e dosagem adequados, e para que seu uso não seja interrompido antes do término.

– A nossa maior preocupação é quanto ao acesso da população ao atendimento médico. É preciso que o sistema agilize o agendamento das consultas, onde os pacientes têm efetivamente condições de serem avaliados para obter o diagnóstico e, com isso, o receituário adequado.

Embalagens e bulas terão que incluir a seguinte frase “Venda sob prescrição médica – só pode ser vendido com retenção da receita”. As empresas do setor farmacêutico terão 180 dias para se adequar.

melissa.bulegon@diario.com.br

MELISSA BULEGONO que muda
COMO VAI FUNCIONAR
- Os médicos são obrigados a entregar, de forma legível e sem rasuras, duas vias da receita ao paciente
- A primeira via ficará retida na farmácia ou drogaria
- A segunda será devolvida ao paciente com carimbo para comprovar que o atendimento aconteceu
- Os medicamentos podem ficar expostos nas prateleiras
- A medida vale para mais de 90 substâncias antimicrobianas, como a amoxicilina e a neomicina
- A lei abrange todos os antibióticos com registro no país
- A exceção são os de uso exclusivo no ambiente hospitalar
PUNIÇÃO
- Multa vai de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão
- A fiscalização é feita pela vigilância sanitária estadual ou municipal
- O descumprimento é considerado infração à legislação sanitária federal
- As farmácias têm 180 dias para fazer o registro dos medicamentos no sistema de controle
O QUE SÃO ANTIBIÓTICOS
- As doenças podem ser causadas por diferentes micróbios (vírus, bactérias ou fungos)
- Os antibióticos tratam doenças causadas por uma dessas categorias: as bactérias
- Essa resolução restringe a venda de antimicrobianos (que inibem ou anulam o crescimento de bactérias)
DANOS AO ORGANISMO
- Pode mascarar o verdadeiro diagnóstico da doença
- Pode provocar apenas uma melhora passageira na doença
- Pode tornar as bactérias resistentes
- Pode causar risco de morte
OS NÚMEROS
- Mais da metade das prescrições de antibióticos são inadequadas
- Mais da metade do pacientes compram estes medicamentos para um dia
- 90% compram para um período igual ou inferior a três dias
- Mais da metade do orçamento com medicamentos é para antimicrobianos
- As infecções causam 25% de mortes no mundo e 45% nos países pobres
Fonte: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Organização Mundial da Saúde (OMS)

 

  

MAIS PRÓXIMOS
Religião e saúde pública
Autoridades religiosas de SC ainda não querem falar sobre a declaração do Papa, que representou um avanço na prevenção da Aids

A afirmação do papa Bento XVI, que surpreendeu setores progressistas da Igreja Católica e ativistas na luta contra o HIV/Aids, alimenta a discussão entre religião e saúde pública.

Segundo declarou o pontífice, o uso de preservativos é aceitável "em certos casos", especialmente para reduzir o risco de infecção do HIV, mas insiste que não é a "verdadeira" maneira para combater a Aids, já que, para ele, é necessária uma "humanização da sexualidade".

Em SC, organizações não governamentais e especialistas na área de saúde acreditam que a declaração do pontífice é um avanço nas políticas de prevenção contra o vírus, mas autoridades religiosas do Estado preferiram não comentar o assunto.

O arcebispo dom Murilo Krieger e o padre Francisco de Assis Wloch, bem como outros sacerdotes catarinenses, não quiseram comentar o assunto até que a questão seja cuidadosamente estudada.

Embora o Vaticano tenha se apressado em garantir que a afirmação não muda o discurso da Igreja, o posicionamento de Bento XVI marca uma relação mais branda em relação ao uso de preservativos e ao combate à Aids.

Para Helena Pires, presidente do Grupo de Apoio à Prevenção da Aids (Gapa), o uso de camisinha é obrigatório no mundo atual, com ou sem o aval de dirigentes religiosos.

– Líderes religiosos não deveriam influenciar na questão individual de prevenção e saúde. Eu sou católica e acredito que vivendo minha vida de forma saudável estou no caminho que Deus quer – explica Helena.

No Brasil, observa-se que a incidência do vírus está aumentando em direção ao interior do país. A mesma tendência ocorre em SC, onde se observa aumento de casos em cidades onde a doença não era detectada antes. Mesmo assim, de acordo com relatório divulgado pelo Ministério da Saúde no ano passado, em 10 anos a taxa de incidência de Aids no Estado se manteve praticamente estável.

Para a professora do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Betina Meirelles, dar abertura para a prevenção do vírus HIV é um avanço. Leon de Paula, presidente da Fundação Açoriana para o Controle da Aids (Faça), concorda e acredita que outros passos devem ser dados para repensar o posicionamento da Igreja.

– As pessoas têm que mudar a ideia de que usar preservativo significa promiscuidade, quando na verdade é uma preocupação de carinho com sua saúde e a de seu parceiro – argumenta de Paula.

Leon de Paula acredita que em um país católico como o Brasil, a flexibilização sobre o uso de preservativos por parte da Igreja Católica pode permitir a entrada de informação segura em lugares de longo alcance a fim de criar uma cultura de preservação.

Palavras do Papa não mudam a doutrina da Igreja

Apesar da repercussão positiva em todo o mundo, o Vaticano publicou nota, domingo, ressaltando que as palavras de Bento XVI não mudam as doutrinas da Igreja. O Papa considera que o uso profilático pode diminuir o risco do contágio da Aids como situação extrema, mas não considera o preservativo uma solução para a epidemia]

 

 

 

 

MOACIR PEREIRA | UPIARA BOSCHI - INTERINO

Nomes da Saúde

Não houve pesquisa no período eleitoral que não tenha apontado a saúde como o principal problema do Estado. O tema recebeu as devidas atenções no horário eleitoral dos principais candidatos ao governo, incluindo aí uma curiosa discussão teórica sobre o que é ou não um novo hospital. Longe da teoria, existem questões reais, como a diminuição nas filas para consultas e cirurgias, o aumento no número de leitos públicos e a valorização dos profissionais da área.

O governador eleito, Raimundo Colombo (DEM), escolheu o perfil do novo secretário logo após as eleições. Mais do que um médico, ele queria um gestor. O nome seria o de Antônio Gavazzoni (DEM), ex-secretário de Administração e da Fazenda no governo Luiz Henrique da Silveira (PMDB). Considerado uma das revelações da gestão graças a políticas de corte de gastos e à criação do novo instituto de previdência, caberia a ele tocar uma das promessas mais ousadas de Colombo: repassar a administração de 11 hospitais públicos para instituições filantrópicas. A instituição tocaria a gestão do hospital baseada em metas estipuladas pelo governo e seria paga de acordo com a capacidade de atingi-las. As pressões contrárias à ideia seriam semelhantes àquelas vistas na criação do Iprev. A recusa do ex-secretário atrapalhou os planos de Colombo, mas não eliminou a ideia de um gestor na função.

Enquanto Colombo busca outro nome, PSDB e PMDB brigam pela indicação. Os tucanos lutam para manter os espaços que tinham com LHS e pôr um deputado estadual no secretariado, o que poderia levar o médico Serafim Venzon para o cargo. Outro citado é o ex-deputado Vicente Caropreso. Os peemedebistas estão mais próximos do cargo, mas a falta de unidade na bancada estadual deve dar maior liberdade a Colombo na hora da escolha. Hoje, nome nenhum uniria o partido. Dalmo Claro de Oliveira e João José Cândido são os mais citados. No xadrez peemedebista, Dalmo está com o grupo do vice-governador eleito Pinho Moreira, enquanto Cândido é ligado ao prefeito da Capital, Dário Berger – e, por tabela, ao deputado federal Mauro Mariani.

Dalmo aliaria o perfil gerencial desejado por Colombo à vivência médica e à experiência como presidente da Seguros Unimed. Esse vínculo com a iniciativa privada pode encontrar resistência entre os servidores. Cândido já foi secretário no governo Esperidião Amin (PP), mas está, hoje, filiado ao PSB.

Em meio ao tiroteio, a vaga pode acabar com um nome menos apadrinhado, como o de Celso Dellagiustina (PMDB).

Ele responde pela pasta em Bombinhas e preside o órgão que reúne todos os secretários municipais da Saúde do Estado. Mas, assim como no convite a Gavazzoni, o governador eleito ainda pode surpreender e fazer uma escolha por cima das indicações políticas. Afinal, na campanha eleitoral, a saúde era “prioridade um, dois e três”.

 

 

 


AIDS
Declaração do Papa anima especialistas
Religiosos não comentaram a afirmação do Pontífice

FLORIANÓPOLIS - A afirmação do papa Bento XVI que disse que o uso de preservativos é aceitável em certos casos, principalmente para reduzir o risco de infecção por HIV surpreendeu setores progressistas da Igreja Católica e ativistas na luta contra o HIV/Aids. Em Santa Catarina, organizações não-governamentais e especialistas na área de saúde acreditam que a declaração do pontífice é um avanço nas políticas de prevenção contra o vírus.

O arcebispo Dom Murilo Krieger e o padre Francisco de Assis Wloch, bem como outros sacerdotes catarinenses, não quiseram comentar o assunto até que a questão seja cuidadosamente estudada.

Embora o Vaticano tenha se apressado em garantir que a afirmação não muda o discurso da Igreja, o posicionamento de Bento XVI marca uma relação mais branda em relação ao uso de preservativos.

Para a presidente do Grupo de Apoio à Prevenção da Aids (Gapa), Helena Pires, o uso de camisinha é obrigatório no mundo atual, com ou sem o aval de dirigentes religiosos.

– Líderes religiosos não deveriam influenciar na questão individual de prevenção e saúde. Eu sou católica e acredito que, vivendo minha vida de forma saudável, estou no caminho que Deus quer – argumenta Helena.

Para a professora do departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina, Betina Meirelles, dar abertura para a prevenção do vírus é um avanço. Presidente da Fundação Açoriana para o Controle da Aids, Leon de Paula concorda e acredita que outros passos devem ser dados para repensar o posicionamento da Igreja.

– A camisinha é o instrumento mais eficaz de prevenção. As pessoas têm de mudar a ideia de que usá-la significa promiscuidade, quando na verdade é uma preocupação de carinho com a própria saúde e a do parceiro – argumenta Leon de Paula

 

 

 

Número de leitos é insuficiente para a Serra Catarinense

O número de leitos para internação no Brasil teve uma queda de 2,5%, entre os anos de 2005 e 2009. Segundo o secretário de Saúde, Juliano Polese, a quantidade de leitos em Lages é suficiente para atender pacientes somente da cidade, e não da região da Amures, como acontece.
 
De acordo com o Ministério da Saúde, é preciso ter de 2,5 a 3 leitos para cada mil habitantes. Há 350 mil habitantes nos 18 municípios da Amures, se for usado o que é preconizado pelo Ministério da Saúde (3% de leitos a cada mil habitantes), os hospitais da região deveriam totalizar 1050 leitos. Atualmente existem somente 448 leitos, entre o HNSP, o Hospital Tereza Ramos e Hospital Infantil.

Em Lages, no Hospital Nossa Senhora dos Prazeres (HNSP), há 150 leitos credenciados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para atender os pacientes com convênio, a instituição possui outros 47 leitos. O Hospital Tereza Ramos possui 186 leitos e mais 20 estão sendo construídos. No Hospital Infantil Seara do Bem há 65 leitos, e nesse ano já atendeu pessoas vindas de 98 municípios do Estado.

 Para o secretário da Saúde, seria necessário que os municípios que mandam constantemente pacientes para Lages, também contribuíssem financeiramente com os hospitais. “Outra alternativa seria o Estado suprir o ônus financeiro de atender pacientes que não moram em Lages”, diz. Além de atender toda a região da Amures, o HNSP e o Hospital Tereza Ramos recebem pacientes de outros municípios do Estado, principalmente na alta complexidade.

Somente o HNSP, atendeu de janeiro a agosto 4.890 pessoas de 95 municípios do Estado. Mensalmente, o município repassa para a instituição, R$ 50 mil e o Estado R$ 150 mil, segundo convênio que se manterá até janeiro. Para o Hospital Infantil, o município repassa R$ 168 mil por mês.

 O diretor administrativo do HNSP, Canísio Isidoro Winkelmann, explica que normalmente há falta de leitos e isto é ocasionado por vários fatores. Um deles é a baixa oferta de exames na rede pública, acarretando em internações feitas para realizar diagnóstico. Outro fator apontado pelo diretor é a grande quantidade de exames realizados. “70% dos resultados dos exames não demonstram nenhuma anormalidade, isso mostra o exagero na quantidade de exames e a ausência de protocolos clínicos embasados na medicina de evidências”, acredita.

 Ele lembra que através dos Bombeiros e Samu, a quantidade de pacientes no hospital aumentou muito. “Hoje é preciso pedir para os médicos verem o mais rápido possível os pacientes que podem receber alta, porque às vezes há fila de espera por leitos na emergência”, conta. Outra questão que diminuiu a quantidade de leitos no HNSP, foi a adequação da estrutura que, primando pela humanização, reduziu 24 leitos.

 

 

ahesc-fehoesc

Geral

SUS e os hospitais privados


Unidades privadas de saúde reduzem oferta de serviços ao Sistema Único de Saúde

Os estabelecimentos privados reduziram em 11,7% a participação na oferta de serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS), entre os anos de 2005 e 2009. Neste período, o número de unidades nesse perfil caiu de 3066 para 2707. Os dados fazem parte da Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária (MAS) 2009, divulgada hoje (19) pelo IBGE.

O estudo, feito em parceria com o Ministério da Saúde, traça o perfil da oferta de serviços de saúde no país a partir da investigação dos estabelecimentos do setor – públicos e privados, com ou sem internação.

Segundo o levantamento, o Sistema Único de Saúde (SUS) se manteve em 2009 como fonte de financiamento mais freqüente entre os estabelecimentos de saúde, embora tenha reduzido ligeiramente sua participação nos últimos anos. Em 2005, 70,9% dessas unidades tinham financiamento do SUS; em 2009, eram 67,2%. Em seguida, como fonte frequente de financiamento, aparece o pagamento direto das atividades (atendimento particular) com 42,7%; os planos de saúde, com 35,5%, e os planos próprios, com 2,8%.

Ao todo, o país contava em 2009 com 94 mil estabelecimentos de saúde em atividade total ou parcial, índice que corresponde a um aumento de 22,2% em quatro anos. Mais da metade (55,3%) é de natureza jurídica e pública, sendo a maioria ligada à esfera municipal (95,6%). As unidades ligadas à administração federal representavam apenas 1,8% e 2,5%, à esfera estadual, “refletindo a política de municipalização da assistência à saúde implantada no país”, conforme destaca o documento.

Os estabelecimentos privados, por outro lado, são predominantemente com fins lucrativos (90,6%). O documento mostra também uma tendência de diminuição de instituições sem fins lucrativos (9,4%) e de unidades com vínculo com o sistema público de saúde (SUS), que em 2005 representavam 30,6% dos estabelecimentos privados, passando para 27,1% em 2009.

Fonte: Agência Brasil