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Fecam

A saúde pública foi apontada nas últimas eleições como a principal preocupação da sociedade. O número de hospitais aptos a atender pacientes de média e alta complexidade ainda é baixo. Para os prefeitos manterem o equilíbrio entre as contas pagas e o investimento na área é preciso aplicar uma fórmula quase mágica. No segundo dia do VIII Congresso Catarinense de Municípios o debate será voltado para os Serviços Públicos de Saúde.

Para a abertura do primeiro painel está confirmada a presença do Secretário de Saúde do Estado de Santa Catarina, Roberto Eduardo Hess de Souza, cuja palestra será Gestão de Saúde Pública: Proposta Estadual para Solução da Média e Alta Complexidade.

O público irá acompanhar a experiência do consultor executivo em saúde no Estado de São Paulo, Wladimir Taborda. Ele apresenta a palestra Organizações Sociais: a experiência de São Paulo. Segundo o palestrante, o desafio de equipar e aumentar os hospitais paulistas em um curto prazo, levou a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo a buscar parcerias no setor privado para o gerenciamento desses serviços. "A partir de 1996 o Governo de São Paulo finalizou obras inacabadas por governos anteriores, entregando 3.500 leitos equipados em 16 hospitais", afirmou.

A experiência paulistana também estará presente na palestra Ambulatório Médico de Especialidades, ministrada pela assessora de gabinete da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, Aparecida Tarucco Yamada. Os Ambulatórios Médicos de Especialidades, as AMEs, são os lugares que concentram equipes multidisciplinares de saúde, oferecendo tratamento rápido e especializado, que vai desde consultas com especialistas não disponíveis na rede básica, até exames e diagnósticos avançados. As AMEs funcionam com a proposta de desafogar a concentração de pacientes em hospitais secundários e terciários de uma determinada área, melhorando o atendimento à população. Uma experiência que atraí a atenção de legisladores em todo país.

A Qualidade do Gasto na Gestão Pública Municipal, com ênfase na implantação de consórcios públicos para a redução de despesas, também estará em debate no VIII Congresso Catarinense de Municípios. A experiência paranaense será exposta pelo presidente da Associação dos Consórcios e Associações Intermunicipais de Saúde do Paraná, Silvio Magalhães Barros, prefeito de Maringá.

As inscrições para o evento são gratuitas e podem ser feitas pelo site http://www.egem.org.br/.
Informações (48) 3221-8800

 

 

 

RACK NEM PENSAR
A campanha ganha instituto em SC e RS

Após dois anos de sua criação, a campanha do Grupo RBS ganha um reforço de peso. Trata-se do Instituto Crack, Nem Pensar que terá seu protocolo de cooperação para a fundação assinado amanhã, às 11h, no Salão Nobre da sede da RBS, em Porto Alegre. A organização pretende ser referência na produção de conhecimento para o enfrentamento da droga. O ato vai contar com a presença das sete instituições públicas e privadas de SC e RS e do presidente do Grupo RBS, Nelson Sirotsky.

No Estado, a iniciativa conta com três parceiras: a Associação Catarinense do Ministério Público (ACMP), a Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Inicialmente, o Instituto Crack, Nem Pensar terá sede em Porto Alegre e será uma organização de direito privado sem fins lucrativos, voltada à produção e disseminação de conhecimento e à capacitação de agentes sociais para atuar no combate às drogas nos dois estados. A governança, a estrutura e o modelo de operação serão definidos nas próximas semanas.

O ato marca, ainda, a finalização da segunda etapa da campanha lançada em maio de 2009 pelo Grupo RBS, cujo principal foco é a prevenção.

– A ação contra o crack alcançou um resultado extraordinário nos dois estados e, agora, é uma luta de todos. Estamos muitos satisfeitos em ver que a grande mobilização da sociedade será mantida por meio do Instituto Crack, Nem Pensar, uma instituição que nasce para reduzir a carência de informações e treinamento sobre as drogas no país e, tenho certeza, em breve será uma referência nacional para profissionais da área – destaca Nelson Sirotsky.

Uma das primeiras ações será a criação do Observatório sobre o Crack e outras Drogas, um centro de referência que contará com um banco de dados para mapear as práticas em SC, no RS, e no Brasil. Todas as informações serão centralizadas em um site.

São parceiros, também, do instituto a Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, a Associação do Ministério Público (AMP/RS), a Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS

 

 MEDICINA
Cirurgias assistidas pela internet

Ontem, 35 brasileiros com problemas no aparelho digestivo, como fígado, estômago e intestino, tiveram a chance de passar pelas mãos de especialistas reconhecidos no mundo inteiro em intervenções endoscópicas no 4º Curso Internacional de Endoscopia Digestiva Diagnóstica e Terapêutica.

A atividade ocorreu no hospital da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e fez parte da programação da 9ª Semana Brasileira do Aparelho Digestivo (SBAD), que segue até quinta-feira no Centrosul, em Florianópolis. Todos os procedimentos foram transmitidos pela internet, ao vivo, e assistidos pelos participantes do evento.

O objetivo do curso, realizado pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed), é mostrar aos médicos as modernas tecnologias em endoscopia, apresentadas por especialistas de nove países, como Alemanha, Itália, EUA e Japão.

Entre os procedimentos feitos ontem estavam as microcirurgias (em que uma pequena câmera e os bisturis entram por orifícios do corpo, como a boca), que evitam operações padrões, bem mais arriscadas e traumáticas. Um dos exemplos é uma paciente com pedra na vesícula. A mulher necessitava de cirurgia e pôde fazer por endoscopia, sem cicatriz e longas internações. Ela recebe alta hoje.

A ultrassom endoscópica foi outro procedimento realizado no curso. De acordo com o gastroenterologista do California Pacific Medical Center (EUA), Kenneth Binmoellev, o método é importante para identificar o estágio de doenças, como o câncer, e facilitar a escolha do tratamento.

– A medicina está avançando, temos novas técnicas menos agressivas que, atualmente, são realizadas em países desenvolvidos – explica o médico Fernando Marson, do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

Para atender aos 35 pacientes, 130 profissionais trabalharam ontem. Foram feitos procedimentos que não são realizados normalmente em SC, como a enteroscopia para tratamento de doenças no intestino delgado.

– A UFSC tem residentes que estão se especializando fora do Estado, mas também precisamos de investimentos para a compra de aparelhos – diz o coordenador do curso e presidente da Sobed, Viriato João da Cunha.

 ROBERTA KREMER

 

 

ARTIGOS
Compromisso com a saúde

Os médicos do Brasil têm uma inserção constante nas discussões sobre políticas de saúde. Nem sempre são ouvidos, mas fazem sua parte ao propor soluções para problemas crônicos da assistência e ao defender condições adequadas para o exercício da medicina.

Gestores mal intencionados jogam contra, afirmando tratar-se de lobby. Pura má fé. Ao intervir politicamente, os médicos reforçam o juramento de Hipócrates; saem em defesa de uma de medicina de qualidade e de seus pacientes. Vejam o que ocorre no sistema suplementar. É um setor que abarca cerca de 44 milhões de pessoas. Todas pagando mensalidades bem generosas com o sonho de ser bem atendidas. O problema é que não é bem isso que têm com retorno. Órgãos de defesa do consumidor sempre trazem planos e seguros saúde na liderança de seus rankings de reclamações.

Nesse momento, no meio médico, existe uma mobilização para a moralização do setor. Recente pesquisa Datafolha, encomendada pela Associação Paulista de Medicina (APM), atesta que 93% da classe sofre interferências das empresas na prática diária. São pressões para reduzir solicitações de exames, de internações, entre outros tantos procedimentos. Um atentado à prática da medicina e um risco à vida dos pacientes. Diante de situações como esta, não podemos mesmo calar. O mesmo vale para a questão dos honorários vis tanto na área pública quanto na suplementar.

No Sistema Único de Saúde (SUS), os honorários são ainda piores, assim como o conjunto da obra. O financiamento insuficiente gera distorções perigosas, como hospitais sucateados, filas de meses para marcar consultas, carência de medicamentos, dificuldade de atrair profissionais para periferias, áreas remotas e de difícil acesso. Todo mundo conhece a extensão do problema e o explora em campanhas eleitorais. Encerrada a contagem de votos, viram as costas à população e nada fazem para solucioná-lo.

Enfim, quando os médicos se mobilizam, é para alertar a população e a mídia sobre problemas como esse e muitos outros. É mais do que bom senso e direito de cidadão. É compromisso com a medicina, com a saúde e com os pacientes.

 

ANTONIO CARLOS LOPES * | * Presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica

 

 

 


Cidade

Cirurgia transmitida ao vivo
Internet. Oito câmeras no centro cirúrgico garantiram visualização da operação

As portas do centro cirúrgico do HU foram abertas ontem para um arsenal completo de câmeras filmadoras, microfones e técnicos. O que mais parecia uma gravação de um filme de longa-metragem fazia parte da vida real: tudo foi montado para a realização do 4° Curso Interativo de Endoscopia Digestiva Diagnóstica e Terapêutica que faz parte da 9ª Semana Brasileira do Aparelho Digestivo, que acontece até o dia 25 de novembro, em Florianópolis.

As oito câmeras instaladas no centro cirúrgico foram responsáveis por transmitir ao vivo 35 cirurgias que começaram às 8h e seguiram até as 22h. Enquanto operavam, os médicos explicavam detalhes e conseguiam tirar as dúvidas de outros profissionais que acompanhavam os procedimentos através de televisores instalados em salas do hospital e também no CentroSul, onde acontece o restante da programação da semana.

É a primeira vez que Florianópolis sedia o curso e os 35 pacientes foram operados gratuitamente. Além de médicos brasileiros, profissionais da Alemanha, Venezuela, Estados Unidos, Japão e Argentina foram responsáveis por guiar as operações. Além de ceder o espaço para o curso, o HU teve a oportunidade de receber os melhores equipamentos disponíveis no mundo para intervenções endoscópicas