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OPINIÃO
Joinville e o hospital do câncer

Não é preciso ser profundo conhecedor das coisas da saúde para se saber que o câncer é a segunda razão de óbitos, após as doenças de cunho cardiovascular. Portanto, torna-se urgente a instalação de um hospital em Joinville para o tratamento desse mal.

Também o jornal “A Notícia” tem noticiado sobre a matéria em apreço, em editorial e por meio de seus colunistas, demonstrando a situação difícil por que passa esse setor da saúde local. Há carência de recursos financeiros para promover a melhoria para o tratamento, já que é responsabilidade do poder público o combate a essa doença, em que a sobrevida é festejada pelos médicos e pacientes.

Na condição de joinvilense, encaminhamos uma sugestão para solução rápida e menos onerosa para os cofres. Para isso, precisamos de um acatamento dos governos municipal e estadual para alcançar tal objetivo.

O local escolhido seria aquele onde se situa a Maternidade Darcy Vargas. Essa entidade, por sua vez, seria transferida para as dependências parcialmente ocupadas pelo Hospital Materno-infantil Dr. Jeser A. de Faria, onde há espaço mais do que suficiente para esse transferência.

Ante a proximidade do Hospital São José do prédio onde funciona a maternidade, com pequenas adaptações e a construção de uma passarela com esteiras rolantes, se criaria um complexo hospitalar interessante e útil para tratamento das doenças cancerígenas.

Para isso, deverá haver a vontade política dos governos estadual e municipal, sem esquecer-se de se liberarem as vaidades de alguns em favor dos que sofrem tanto e que precisam muito de todos nós. A sugestão está aí, até acreditamos que outras pessoas (médicos, especialistas e leigos) tivessem tido o mesmo pensamento, mas é preciso que todos se unam para que não continuemos sendo a quinta roda da carroça.

DÉCIO AQUILES FISCHER, ADVOGADO EM JOINVILLE

 

 

 

RISCO À SAÚDE
Mercúrio proibido em SP

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo decidiu proibir a compra de equipamentos que contenham mercúrio para unidades da rede estadual.

Com a medida, fica proibida, por exemplo, a compra de termômetros ou aparelhos medidores de pressão que contenham a substância.

Os estabelecimentos também terão que trocar os equipamentos até 2012, quando nenhum hospital da rede estadual poderá usar ou armazenar termômetros ou medidores de pressão com mercúrio. Para uso odontológico, será permitida a aquisição de mercúrio pré-dosado e pré-acondicionado em cápsulas.

Quando um termômetro se quebra, o mercúrio é liberado com esferas metálicas, que podem provocar pneumonia. Em níveis maiores, pode haver danos ao sistema nervoso.

 

São Paulo

 


PULSEIRINHA ELETRÔNICA
Começo de vida mais seguro

Prefeito de Criciúma vai decidir sobre projeto de lei aprovado na Câmara que obriga o uso do sistema em recém-nascidos

A Câmara de Vereadores de Criciúma aprovou por unanimidade um projeto de lei que pretende obrigar maternidades públicas e privadas a adotarem o uso de pulseiras eletrônicas com sinal sonoro em bebês recém-nascidos.

A iniciativa pretende evitar trocas e sequestros de crianças. Caso o prefeito Clésio Salvaro aprove, a medida será inédita em Santa Catarina. Apesar de a proposta ainda estar em fase de avaliação, as instituições hospitalares reclamam que não têm informações sobre a qualidade e eficácia do equipamento e questionam a necessidade do investimento.

A proposta é do suplente de vereador José Argente Filho (PMDB), que se baseou no mesmo projeto de lei apresentado em São Paulo (SP) no ano passado, mas que foi vetado pelo prefeito Gilberto Kassab por causa dos custos. Argente não apresentou cálculos, mas considera que as instituições devam arcar com as despesas.

– Estamos aguardando a manifestação do prefeito para fazer uma pesquisa sobre fabricantes e custos. Primeiro vem a necessidade, porque nos parece fácil ocorrer a troca de bebês. Depois, os cálculos – diz o vereador.

O prazo final de estudo da matéria é sexta-feira. Para o procurador do município, Giovani Dagostim, o projeto não tem características inconstitucionais, mas pode ir de encontro com o interesse público em razão de não haver na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nenhum produto do gênero para uso hospitalar aprovado ou cadastrado.

Análise detalhada do sistema e das possíveis novas regras

O presidente da Federação dos Hospitais de SC, Tércio Kasten, diz que há interesse em apoiar a criação de mecanismos para melhorar a segurança dos pacientes, mas é necessário uma análise criteriosa da eficiência dos equipamentos e das novas regras.

– Haverá um aumento dos custos que não poderão ser suportados pelos hospitais, que já enfrentam dificuldades financeiras – observa Kasten.

O vice-presidente da Associação de Hospitais do Estado de Santa Catarina (AHESC), Altamiro Bittencourt, diz que a proposta está fora da realidade.

– Em 40 anos que trabalho no Hospital São José, não há processos por crianças trocadas ou retiradas da maternidade de forma irregular. Temos outras prioridades – analisa Bittencourt. PAULA CARDOSO | Criciúma

ana.cardoso@diario.com.br

ANA

Como funcionaria
- Conforme o vereador José Argente Filho, a tecnologia é usada na Europa e nos EUA.
- Uma trava especial deve fazer o controle de colocação e retirada da pulseira, tanto na mãe quanto no bebê e emitir um sinal sonoro sempre que alterado.
- Somente os funcionários autorizados dos hospitais, acompanhados dos pais, poderão sair com o bebê.
- As portas dos hospitais devem receber sensores para acusar saídas irregulares.
- O projeto determina que a pulseira deve ser colocada imediatamente depois do parto e retirada após a alta, na presença da mãe ou responsável

 


PULSEIRINHA ELETRÔNICA

Mães ainda se dizem confiantes

No Hospital São José, a enfermeira Sirlei Manoel do Canto explica que a preocupação das mães e familiares em ter o bebê trocado reduziu com uma prática adotada há seis meses pela instituição: ao dar entrada na maternidade, a gestante recebe uma pulseira com seu nome e o quarto em que ficará hospedada.

– Antes, apenas o bebê recebia a pulseira com as informações da mãe. Ao nascer, o recém-nascido recebe duas pulseirinhas: uma no tornozelo e outra no punho, com os dados da mãe.

A costureira Carla Pereira Brito, 27 anos, ganhou seu segundo filho semana passada e não se sentiu insegura com o método de identificação atual. De acordo com Carla, o bebê só é separado da mãe para o primeiro banho, para seguir, depois, para a identificação.

– Ficamos o tempo todo com o bebê, estamos sempre de olho e perguntando às enfermeiras. Além disso, o marido também está sempre de olho – diz a costureira.

Antes de entrar na sala de parto, Vanessa da Silva Claudino, 22 anos, recebeu sua identificação, na sexta-feira. Apesar de confiar no sistema do hospital, ela considera que tudo é válido para aumentar a segurança e conta que quando ganhou seu primeiro filho ficou insegura e com receio de ter o bebê trocado.

– Cheguei a imaginar a possibilidade porque vemos muitos casos na televisão, mas quando nasceu estava na cara que era meu filho. Hoje vou ter meu segundo e estou certa de que nada vai dar errado – diz bastante confiante



PULSEIRINHA ELETRÔNICA

Um tema que divide opiniões

A direção do Hospital da Unimed em Criciúma foi surpreendida com o projeto de lei. Há cerca de um ano, o hospital estuda um sistema mais seguro de identificação, por código de barras. O modelo, usado em uma instituição hospitalar de Balneário Camboriú, por exemplo, exige que todas as informações da mãe e do bebê sejam codificadas na pulseirinha, que deve ser “bipada” na saída do hospital.

De acordo com a coordenadora de enfermagem, Denise Maccarini Tereza, o custo para a implantação não ultrapassa R$ 4 mil (impressora e pulseiras de plástico antibacterianas). A previsão do hospital era iniciar 2011 com o novo sistema, mas terá que aguardar a decisão do prefeito:

– Não sabemos quem fabrica e qual o custo, mas imaginamos que seja, no mínimo, 10 vezes superior ao do sistema de código de barras.

No Hospital São José, são feitos cerca de 200 partos ao mês. Para identificar mães e bebês, são usadas pulseirinhas de plástico onde os dados são escritos a mão. A enfermeira Sirlei Manoel do Canto não prevê tantas mudanças com o sistema eletrônico.

– Não acredito que mude muita coisa com as pulseiras eletrônicas.

 

 


PLANEJAMENTO

Mamães cada vez mais tarde

Uma em cada quadro mulheres engravida entre os 30 e 39 anos, diz IBGE

A proporção de mães com idade de 30 a 39 anos chegou a 24,8% em 2009, segundo o estudo de estatísticas do registro civil, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

H á 10 anos, o grupo representava 21,4%. Também houve aumento entre as mulheres com mais de 40 anos (de 2% para 2,3%) e de 25 a 29 anos (23,7% para 25,2%).

Segundo Adalton Amadeu Bastos, pesquisador do IBGE que gerenciou o estudo, a tendência pode ser explicada pelo fato de as mulheres, em geral, buscarem mais qualificação para alcançar melhor inserção no mercado de trabalho.

– A mulher está se preparando melhor. Como o rendimento médio do homem ainda é maior, as mulheres estão retardando a maternidade para conseguir uma colocação melhor no mercado e reverter esse quadro.

A maior concentração de registros de nascimentos ainda ocorre na faixa de 20 a 24 anos, apesar da queda no período analisado, de 30,5% para 28,3%. Também houve queda do volume de nascimentos entre as mulheres de 15 a 19 anos, de 20,8%, em 1999, para 18,2%, em 2009.

O estudo destaca que em São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, as proporções de nascimentos de mães de 25 a 29 anos já são maiores que no segmento anterior (20 a 24 anos). Além disso, o volume de nascimentos entre as mães de 30 a 34 anos é maior do que o das mães adolescentes nesses locais. Já no Maranhão e no Pará, as proporções mais elevadas ocorreram nos grupos de mães de 20 a 24 anos e de 15 a 19 anos.

A pesquisa ainda mostra que aumentou o número de casamentos em que a mulher é mais velha do que o homem. Em 2009, foram 23%; há 10 anos, essa proporção era de 19,3%. O estudo também destaca que a idade média das mulheres no primeiro casamento subiu progressivamente na última década, de 24 para 26 anos. No caso dos homens solteiros que se casaram com solteiras, o aumento foi de 27 para 29 anos no mesmo período (veja o quadro).

Os dados também mostram que de cada quatro grávidas, uma precisa sair da cidade onde mora para fazer o parto em um hospital.

 

 


Saúde

Hospital aposta no requinte
Baía Sul. Alta qualidade em empreendimento muda o conceito de casas de saúde

O maior e mais completo pool hospitalar de Santa Catarina está instalado em Florianópolis. Com investimento de R$ 30 milhões, o Hospital Baía Sul agrega o atendimento de alta complexidade aos serviços de clínicas e hospital-dia. O próximo passo é atrair pacientes de outras regiões, aponta o diretor executivo do empreendimento, Newton Quadros.

Grande parte dos equipamentos instalados no hospital, como as camas e os aparelhos, em especial os setores de UTI e salas de cirurgia, é importado dos estados Unidos e Alemanha.  “Queremos oferecer o que há de melhor e não medimos esforços ou recursos para isso”, frisa Quadros.

O secretário estadual de Saúde, Roberto Hess de Souza, destaca que a abertura do hospital Baía Sul vem suprir a demanda por procedimentos de alta complexidade no estado. “Santa Catarina precisa de investimentos como este, de altíssima tecnologia, não apenas em Florianópolis, mas também em outras cidades”, lembra ele, indicando que há espaço para a iniciativa privada ampliar a presença neste campo.

Investimentos vêm de médicos e empresários

Dos R$ 30 milhões investidos no empreendimento, 80% são oriundos do grupo de empresários e médicos que dirige o Hospital Baía Sul. Os 20% restantes vieram por financiamentos nacionais e internacionais. Deste total aportado no novo empreendimento, R$2,5 milhões foram aplicados no 15 leitos de UTI. De acordo com dados da Secretaria Estadual da Saúde, o Hospital Baía Sul possui 10% dos 140 leitos para UTI em SC.