As baixas taxas de vacinação estão entre as principais causas do surto de doenças respiratórias em Santa Catarina nos últimos meses. Mudar este quadro e elevar a imunização em crianças menores de 15 anos é o principal objetivo da nova campanha de vacinação contra a poliomielite e de multivacinação, que será veiculada nos principais meios de comunicação em agosto.
Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES), a cobertura vacinal caiu drasticamente entre crianças e recém-nascidos nos últimos anos. A situação se agravou durante a pandemia. Para se ter uma ideia, apenas 47% do público-alvo tomou a vacina BCG, que protege contra doenças como a tuberculose. Situação similar é verificada com imunizantes contra a pólio, rotavírus, tetravalente, entre outras.
A nova campanha estadual se une à mobilização nacional e ocorre simultaneamente em todos os municípios do estado até 9 de setembro. Para estimular ainda mais os pais a levarem seus filhos, os sábados serão classificados como Dia D, quando os postos de saúde ficam abertos para a vacinação.
“Precisamos que todos façam a sua parte neste momento. As vacinas contribuíram historicamente para a erradicação de uma série de doenças. Não podemos correr o risco de que enfermidades já controladas voltem a aparecer. A baixa procura pelas vacinas tem como consequência o aumento dos atendimentos nos nossos hospitais e unidades de saúde”, diz o secretário de Estado da Saúde, Aldo Baptista.
O superintendente de Vigilância em Saúde, Eduardo Macário, explica que o foco principal é atualizar a carteira nacional de imunização. "A criança chegará ao posto de saúde e será verificada sua caderneta. Se a criança precisar de mais de uma vacina, o imunizador deve aplicá-las concomitantemente".
A campanha foi analisada e aprovada pelo Pleno do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina autorizaram, na sessão plenária realizada segunda-feira (8).
As Campanhas
Na Campanha de Vacinação contra a Poliomielite, a indicação é vacinar, de forma indiscriminada, crianças de 1 ano a menores de 5 anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias) com a Vacina Oral Poliomielite (VOP), desde que já tenham recebido as três doses da Vacina Inativada Poliomielite (VIP) do esquema básico. Para crianças menores de um ano, a vacinação deve ser feita conforme a situação vacinal encontrada para o esquema primário, 1ª dose aos 2 meses, 2ª dose aos 4 meses e 3ª dose aos 6 meses, com a vacina VIP. O público estimado é de 488.948 crianças na faixa etária de 0 a 4 anos.
Já na Campanha de Multivacinação serão oferecidas para crianças e adolescentes menores de 15 anos (14 anos, 11 meses e 29 dias) todas as vacinas do Calendário Nacional de Vacinação. São 17 tipos que protegem contra mais de 20 doenças como febre amarela, sarampo, meningite, caxumba, rubéola, tétano e coqueluche. Nesta Campanha, as doses são recomendadas para todos aqueles que, por algum motivo, deixaram de tomar as vacinas ou estão com esquemas vacinais incompletos. Importante ressaltar que a cobertura vacinal desejada é de 95% para quase todas as vacinas, exceto para a do rotavírus e a BCG, que é de 90%.
Durante o período das Campanhas, crianças e adolescentes também poderão ser vacinados contra a Covid-19. Segundo orientação do Ministério da Saúde, não existe mais a necessidade de aguardar o intervalo de 15 dias para aplicação da vacina contra a Covid-19 e demais doses do Calendário Nacional de Vacinação em crianças a partir dos 3 anos. Sendo assim, as doses podem ser tomadas de forma simultânea ou com qualquer intervalo.
Em caso de dúvidas sobre a situação vacinal da criança ou do adolescente, a recomendação é procurar um posto de vacinação.
Estratégias de Vacinação
Conforme discutido e aprovado na última reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) do dia 28 de julho, os municípios catarinenses devem adotar as seguintes estratégias de vacinação, durante o período das Campanhas:
- Ampliação dos horários de funcionamento das salas de vacinação;
- Todo sábado é dia de vacina, com a abertura dos postos de saúde, durante o período das Campanhas, em todos os sábados;
- Aproveitar todas as oportunidades de vacinação, em especial quando a criança ou o adolescente comparecer à unidade de saúde para consultas ou outros procedimentos, para verificar a situação vacinal;
- Evitar barreiras de acesso como a não obrigatoriedade de comprovante de residência para a vacinação;
- Utilizar o ambiente escolar para conversas com os responsáveis sobre a importância da vacinação, além palestras e ações de conscientização das crianças e dos adolescentes, e verificação das cadernetas e ações de vacinação nestes locais.
Campanha Quem ama, vacina!
A campanha Quem ama, vacina! começará a ser veiculada em agosto em TV, rádio, sites e redes sociais. A Campanha traz a mensagem de que vacinar é um ato de amor, afinal a vacinação pode evitar diversas doenças, hospitalizações e mortes.
:: Vacinas ofertadas durante as Campanhas de Poliomielite e Multivacinação
VIP - Vacina inativada contra a poliomielite
VOP - Vacina oral contra a poliomielite
Febre amarela
Tríplice Viral (sarampo, caxumba e rubéola)
dTpa (difteria e tétano adulto)
Difteria e tétano adulto
Meningocócica ACWY (doença meningocócica ACWY)
HPV quadrivalente (HPV tipos 6, 11, 16 e 18)
BCG (formas graves de tuberculose)
Hepatite B
Pentavalente (tétano, difteria, coqueluche, Haemophilus influenzae b e hepatite b)
Rotavírus (diarréia por rotavírus)
Pneumocócica 10 (doença pneumocócica invasiva para os 10 sorotipos)
Meningocócica C (doença meningocócica C)
DTP (difteria, tétano e coqueluche)
Hepatite A
Varicela (catapora)
Poliomielite no Brasil e em Santa Catarina
O Brasil não detecta casos de poliomielite (paralisia infantil) desde 1990. Em 1994 recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) a Certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem do seu território. Em Santa Catarina, os últimos registros da doença foram em 1989. No entanto, os esforços ainda precisam ser mantidos, com a imunização de todas as crianças, para reduzir o risco de reintrodução do poliovírus selvagem no país.
Informações adicionais para a imprensa:
NUCOM - Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive)
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