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O Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, circula menos durante os períodos mais frios. Mas isso não significa que os cuidados de prevenção à dengue devem ser deixados de lado. Se os criadouros do mosquito não forem eliminados enquanto as temperaturas estiverem mais baixas, os ovos depositados podem permanecer intactos por meses e quando a chuva e o calor voltar, eles vão eclodir, dando origem a novos mosquitos.

“As medidas de controle do mosquito devem ser mantidas durante todo o ano. Apesar da redução na transmissão das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti nos meses de mais frio, continuamos registrado focos do mosquito e casos de dengue nesse período. Isso mostra a capacidade de adaptação do mosquito e a importância da manutenção das ações de prevenção, mesmo nesse período de queda das temperaturas”, alerta João Augusto Brancher Fuck, diretor da DIVE/SC.

Por isso, a Secretaria de Estado da Saúde alerta a população para manter os cuidados e eliminar locais com água parada, melhor maneira de prevenção à dengue. “São ações simples que devem ser colocadas em prática agora, no outono e, também depois, no inverno. É preciso que seja um hábito analisar e inspecionar o quintal, a casa e o ambiente de trabalho. Eliminar locais que possam acumular água, pelo menos, uma vez por semana”, explica Ivânia Folster, gerente de zoonoses da DIVE/SC.

Estações disseminadoras de larvicida
Terminou nessa sexta-feira, 03, em Florianópolis, a oficina de capacitação teórica e prática com pesquisadores da Fiocruz/AM para a implantação de uma nova tecnologia das armadilhas dispersoras de inseticida no estado. A atividade contou com o apoio do Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).

“A partir de agora, cada técnico que participou da capacitação retorna para sua região, realizando a análise da situação entomológica e o planejamento para implantar essa estratégia de controle do mosquito, de forma a complementar todas as ações que já estão sendo feitas pelas equipes da Vigilância Epidemiológica dos municípios e do estado. É mais uma medida que vem para auxiliar na prevenção à dengue, e que será incorporada nas atividades elencadas pelo estado no controle do vetor”, explica João Fuck.

As Estações Disseminadoras de Larvicida (EDLs) compõem uma tecnologia desenvolvida pela Fiocruz/AM, que basicamente utiliza água em um pote plástico de dois litros recoberto por um tecido sintético impregnado de larvicida. O objeto atrai as fêmeas do Aedes aegypti para colocar ovos e ao pousar elas se impregnam com o larvicida presente nas estações. Assim, impregnadas com larvicida, ao visitarem outros criadouros acabam contaminando-os com o inseticida. Como consequência, o produto impede o desenvolvimento das larvas e pupas, reduzindo a infestação do mosquito.

“Essas armadilhas foram implementadas inicialmente em duas cidades, em testes, no estado do Amazonas, e os resultados foram levados ao Ministério da Saúde. A coordenação de arboviroses junto com a OPAS fizeram a avaliação e agora, a gente vem a alguns anos implementando em diversas cidades do Brasil”, acrescenta Sérgio Luz, representante da Fiocruz.

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Foto das armadilhas

Dengue em SC
De acordo com o último informe epidemiológico, divulgado hoje, 03, pela DIVE/SC, já foram identificados no estado 45.952 focos do Aedes aegypti em 229 municípios. Além disso, 130 municípios são considerados infestados pelo mosquito e 64 estão em epidemia de dengue.

Também já foram confirmados 53.049 casos da doença, sendo a maioria autóctone (48.892), ou seja, casos contraídos dentro do estado. Somente em 2022 já foram registrados 54 óbitos pela doença e outros 21 seguem em investigação.

Confira o informe epidemiológico completo aqui.

Considerando o cenário epidemiológico, na presença de febre de início abrupto, associada à forte dor de cabeça, dor no fundo dos olhos, dores musculares, nas articulações e fraqueza, deve-se procurar atendimento em um serviço de saúde para evitar o agravamento do quadro. Apesar de não haver um medicamento específico contra o vírus da dengue, o diagnóstico precoce é muito importante para reduzir o risco de dengue grave e de morte pela doença.

Informações adicionais para a imprensa:
Amanda Mariano / Bruna Matos / Patrícia Pozzo
NUCOM - Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive)
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