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A partir do próximo sábado, 26 de fevereiro, Santa Catarina contará com novos indicadores para avaliação de risco potencial regionalizado para monitoramento e gestão da pandemia de Covid-19. A nova dimensão, denominada Proteção Específica, substituirá a dimensão Monitoramento, que cumpriu a tarefa de monitorar a cobertura vacinal da população vacinável ao longo do ano de 2021.

A dimensão Proteção Específica busca expressar o impacto de ações voltadas para redução da ocorrência de formas graves da Covid-19 na população em geral. Será composta pelos indicadores de cobertura vacinal do esquema primário de vacinação na população geral (duas doses ou dose única) e da dose de reforço na população com 60 anos ou mais de idade.

O novo modelo de matriz foi apresentado na semana passada para os representantes do COES, bem como para todos os secretários municipais de saúde durante a reunião da Comissão Intergestores Bipartite realizada no último dia 17.

Para fins de cálculo do indicador, será utilizada a seguinte métrica: ss regiões que apresentarem cobertura vacinal abaixo de 40%, tanto no esquema primário para a população geral quanto para a dose de reforço para os idosos serão classificadas como nível de risco gravíssimo, recebendo a nota máxima (4). Uma cobertura entre 40 e 59% classificará a região como nível de risco grave (nota 3). Cobertura entre 60 e 79% será classificada como nível de risco alto (nota 2) e regiões com coberturas acima de 80% serão classificadas como nível de risco moderado (nota 1). O resultado final será a média entre a nota alcançada na cobertura do esquema primário da população geral com a nota alcançada pela cobertura da dose de reforço nos idosos.

Confira a mudança técnica

“Podemos mostrar um exemplo para melhor compreensão”, descreveu o Superintendente de Vigilância em Saúde Eduardo Macário. “A matriz de risco divulgada no último dia 19 de fevereiro mostrava 4 regiões no nível de Risco Moderado (azul) e 13 no nível de Risco Alto (amarelo). Pode-se observar que, na dimensão monitoramento, todas as regiões haviam sido classificadas no nível Moderado (azul)”, ressaltou.

Matriz de Risco Potencial Regionalizado divulgada no dia 19 de fevereiro

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“Quando fazemos o cálculo da nova dimensão Proteção Específica, observa-se que apenas três regiões apresentavam cobertura vacinal do esquema primário da população geral acima de 80%, recebendo nota 1, e quatorze regiões estavam com coberturas entre 60 e 70%, recebendo nota 2”, continuou o Superintendente Eduardo Macário. “Para a cobertura da dose de reforço dos idosos, duas regiões apresentaram coberturas acima de 80%, recebendo nota 1, onze regiões possuíam coberturas entre 60 e 79%, recebendo nota 2 e quatro regiões apresentavam coberturas entre 40 e 59%, recebendo nota 3. Por fim, foi calculada a média entre as notas das coberturas do esquema primário e da dose de reforço, resultando em três regiões classificadas no nível moderado e quatorze no nível Alto, de acordo com a nova dimensão Proteção Específica”, concluiu.

Metodologia de cálculo da nova dimensão Proteção Específica a partir da matriz divulgada no dia 19 de fevereiro.

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Desta forma, com a nova dimensão Proteção Específica, a Matriz de Risco divulgada no dia 19 de fevereiro apontaria duas regiões no nível Moderado (azul), Carbonífera e Laguna, quatorze regiões estariam classificadas no nível alto (amarelo), Alto Uruguai Catarinense, Alto Vale do Itajaí, Alto Vale do Rio do Peixe, Extremo Oeste, Extremo Sul Catarinense, Foz do Rio Itajaí, Grande Florianópolis, Meio Oeste, Nordeste, Oeste, Planalto Norte, Serra Catarinense, Vale do Itapocu e Xanxerê, e uma região ficaria classificada no nível Grave (laranja), o Médio Vale do Itajaí.

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Segundo o superintendente, as mudanças buscam chamar a atenção sobre a importância das ações de vacinação como principal medida para enfrentamento da pandemia de Covid-19. Além de utilizar o indicador de esquema primário de vacinação completo, composto por duas doses ou dose única, será incorporado o indicador de dose de reforço, inicialmente para os idosos com 60 anos ou mais de idade. Um levantamento realizado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina mostrava recentemente, com dados de novembro de 2021 a janeiro de 2022, que a taxa de óbitos por Covid-19 em idosos não vacinados ou com vacinação incompleta foi 47 vezes maior do que naqueles idosos que já receberam a dose de reforço. E o maior número de pacientes internados com a forma grave da Covid-19, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), são idosos que ainda não receberam a dose de Reforço.

Escalada de casos e readequação da Matriz

Com o avanço da variante Ômicron do coronavírus a partir de janeiro, houve um aumento de 618% no número de casos de Covid-19 quando comparado com os dados da última semana de dezembro de 2021, passando de 10.469 para 75.183 casos por semana. O número de hospitalizações, internações em leitos de UTI e óbitos também aumentou, mas em proporção menor do que em períodos anteriores, principalmente porque boa parte da população catarinense está protegida contra formas graves do Coronavírus por meio da vacinação. E esse número pode ser ainda menor se a cobertura da dose de reforço para os idosos, que atualmente se encontra na faixa de 67%, for ampliada.

Tornou-se, assim, necessária uma reavaliação da Matriz de Risco e seus indicadores, principalmente considerando as doses de reforço e a conclusão do esquema vacinal. “O principal objetivo da matriz de risco é ser uma ferramenta de tomada de decisão. A nota final do mapa de risco considera um intervalo de variação mais adaptado para cada nível, sendo de 1 a 1,9 como moderado, 2 a 2,9 como alto, 3 a 3,9 como grave e igual a 4 como gravíssimo”, finalizou o superintendente Eduardo Macário.

Calendário vacinal

A dose de reforço deve ser aplicada para todas as pessoas com 18 anos e mais que já completaram 4 meses após a aplicação da segunda dose do esquema primário, no caso das vacinas Coronavac, AstraZeneca ou Pfizer, ou 2 meses após a aplicação da dose ùnica da Janssen. Como reforço, podem ser usadas vacinas da Pfizer, AstraZeneca e Janssen, de acordo com o esquema primário e grupo adequado.

Além da vacinação, a Secretaria de Estado da Saúde alerta a todos acerca da importância da manutenção das medidas de prevenção contra o Coronavírus, como uso universal de máscaras, dar preferência para frequentar ambientes ventilados, evitando aglomerações que possam facilitar a transmissão de gotículas respiratórias carregando o coronavírus, e praticar a higiene respiratória, lavando as mãos de forma frequente com água e sabão ou álcool gel.

A nova matriz será divulgada neste sábado, 26 de fevereiro.