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O Dia Nacional de Conscientização da Cardiopatia Congênita é 12 de junho, sábado, mas desde segunda-feira, 7, o Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG), de Florianópolis, tem promovido o tema para lembrar que cardiopatia não é uma doença só de adulto.

A equipe de Cardiologia Pediátrica do HIJG decorou o hall de entrada da Direção para a Semana Nacional de Conscientização sobre a Cardiopatia Congênita, chamando atenção de servidores do hospital, pacientes e familiares de pacientes sobre esses defeitos cardíacos que acometem 1 em cada 100 nascidos vivos.

A necessidade de diagnóstico precoce também foi enfatizada em um evento interno na quarta-feira, 9, pela manhã, respeitando as medidas de distanciamento social, que contou com profissionais médicos, enfermeiros, técnicos de Enfermagem, Direção e algumas crianças cardiopatas internadas para cateterismo.

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Foto: Bruna Borges

A cardiopatia congênita é uma alteração na anatomia do coração durante a formação intra-útero. Há vários níveis de gravidade e o quanto antes for diagnosticada, melhor.

A equipe de Cardiologia do HIJG é constituída por Cirurgia Cardíaca, com os médicos Luis Portugal e Gabriel Longo; Hemodinâmica, com os médicos Luiz Carlos Giuliano e Luiz Sergio Carvalho Luciano; e Cardiologia Clínica, com as médicas Ana Lucia Parizi Mello, Marcia Mallmann Cappellari, Mariana Parreiras, além de Tito Livio Baião Filho e Gabriel Carmona Fernandes.

Exemplo de superação

A paciente do HIJG, Jamily dos Santos Durante, 9 anos, nasceu com Tetralogia de Fallot, diagnosticada quando ela tinha sete dias de vida. A mãe, Neide, lembra que a menina não passou pelo exame de oximetria de pulso, mais conhecido como Teste do Coraçãozinho, pois o hospital que realizou o parto não oferecia. Atualmente o exame faz parte da triagem neonatal de rotina do Sistema Único de Saúde (SUS). “Jamily nasceu bem roxinha, mas apenas quando tinha sete dias foi encaminhada para um cardiopediatra, que diagnosticou a cardiopatia congênita. Ela é acompanhada pelos profissionais do HIJG desde cedo, passando por várias internações. Inclusive aprendeu a ler e a escrever nos corredores do hospital”, conta Neide, que mora com a filha em Lajeado Grande, no Oeste Catarinense.

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Jamily passou por duas cirurgias abertas e dois cateterismos, e já sabe que terá outras cirurgias pela frente. Mas, com sorriso no rosto, a menina ajuda a conscientizar outros. “Enquanto estava se recuperando de um cateterismo no HIJG, Jamily escreveu um livro, que foi publicado com o apoio da Dra. Marcia Cappellari e outros amigos. Ela usa o livro ‘Coraçãozinho Jajá’ todos os anos nessa data para reforçar a necessidade do diagnóstico precoce, para que outras crianças tenham o atendimento adequado e consigam tratamento”, ressalta a mãe.

INFORMAÇÕES DO MOVIMENTO PELA CONSCIÊNCIA DA CARDIOPATIA:

O que é cardiopatia congênita?
Cardiopatia Congênita é qualquer anormalidade na estrutura ou função do coração que surge nas primeiras 8 semanas de gestação quando se forma o coração do bebê. Ocorre por uma alteração do desenvolvimento embrionário da estrutura cardíaca, mesmo que descoberto ao nascimento ou anos mais tarde. Ou seja, são os “probleminhas” no coração, que estão presentes desde a vida intra-uterina e que podem se manifestar de várias maneiras, como “buraquinhos”, alterações nas válvulas, ausência de alguma ou algumas partes do coração e que, dependendo da gravidade, podem levar a criança à morte ainda nos primeiros dias de vida.

- É o defeito congênito mais comum e uma das principais causas de óbitos relacionados a malformações congênitas.
- Nascem no Brasil aproximadamente 28 mil crianças com problemas cardíacos por ano, ou seja, a cada 100 bebês nascidos vivos 1 é cardiopata.
- Desses 28 mil cardiopatas que nascem anualmente, pelo menos 23 mil necessitarão de uma cirurgia cardíaca, mas infelizmente cerca de 18 mil (78%) não recebem o tratamento, principalmente por falta de diagnóstico ou vagas na rede pública.
- A mortalidade decorrente das cardiopatias congênitas seria drasticamente reduzida se todos os cuidados pré e pós-natais fossem devidamente instituídos.
- A incidência de cardiopatia congênita é 8 vezes maior do que a Síndrome de Down.

Quando suspeitar?
Os sinais e sintomas são variados, dependendo da doença, porém devemos nos alertar quando:
- o bebê fica “roxinho” nos primeiros dias de vida e/ou quando fazem algum esforço (mamar, chorar...).
- se cansam para mamar ou quando choram. Se for criança maior, param de brincar antes que os amiguinhos e descansam um pouco. O cansaço é percebido quando usam a musculatura acessória para respirar (afundam a costelinha, contraem os músculos do pescoço, puxam o ar com força...).
- têm dificuldade importante de ganhar peso.
- suam demais mamando, chorando e até dormindo.
- ficam sempre doentinhos (gripes, resfriados, pneumonias...), geralmente com internações freqüentes.
- estão sempre irritados (irritabilidade extrema mesmo! Apesar de bem alimentado, acalentado).

Diagnóstico:
ULTRASSOM MORFOLÓGICO E ECOCARDIOGRAMA FETAL
As cardiopatias congênitas podem ser descobertas ainda na gestação, a partir do segundo trimestre de gravidez. O ultrassom morfológico é realizado em torno da 20ª semana de gestação (5º mês). É um exame abrangente, examina todo o corpinho do bebê (cérebro, pulmões, rins, mãos, pés), inclusive o coração. Com esse exame já se pode suspeitar de alguma alteração no ritmo, na estrutura ou na função cardíaca. Havendo a suspeita, a gestante deve ser encaminhada para a realização de um ecocardiograma fetal.

ECOCARDIOGRAMA FETAL (ECO FETAL)
O ecocardiograma fetal é um tipo de ultrassom, mas específico para o coração do feto. É realizado por um médico cardiologista especializado e é por meio dele que se pode confirmar se o bebê tem cardiopatia ou não e qual será a forma de tratamento.
A ecocardiografia fetal é também necessária quando as gestantes:
- Tem mais de 35 anos de idade;
- Já tiveram filhos ou outros familiares com cardiopatia congênita;
- Têm diabetes ou lúpus;
- Tiveram doenças como toxoplasmose ou rubéola durante a gestação;
- Estão esperando gêmeos ou múltiplos;
- Apresentaram alteração ou exames de translucência nucal (ultrassom de 12 semanas), de cariótipo ou foi detectada qualquer anormalidade em outro órgão do bebê.

Caso o diagnóstico não tenha sido feito na gestação temos ainda dois recursos disponíveis:

TESTE DO CORAÇÃOZINHO
O Teste do Coraçãozinho também chamado de oximetria de pulso deve ser realizado após as primeiras 24 horas de vida do bebê e antes da alta hospitalar, utilizando um sensor externo (oxímetro), que deve ser colocado primeiro na mão direita e depois em um dos pés do bebê para verificar a saturação (nível de oxigênio no sangue). O teste serve para diagnosticar as cardiopatias cianogênicas, ou seja, que deixam o bebê “roxinho”, as que não mudam a coloração do bebê não são identificadas por ele. Portanto, um Teste do Coraçãozinho normal não exclui cardiopatia.

PEDIATRIA
Outro aliado essencial para o diagnóstico de alterações cardíacas é o pediatra. O médico e a família devem ficar atentos e procurar um cardiologista pediátrico caso percebam sintomas ou haja alteração na ausculta do coração. Somente o cardiologista poderá dizer exatamente quais cuidados são necessários e como deverá ser o tratamento.
O diagnóstico precoce pode salvar a vida da criança, principalmente em cardiopatias mais graves, quando o parto deve ser planejado e a criança precisa ser operada nos primeiros dias de vida.

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Mais informações para a imprensa:
Bruna Borges
Comunicação Social HIJG
Assessoria de Comunicação
Secretaria de Estado da Saúde - SES
Fone: (48) 3664-8820 / 99913-0316
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