Em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Fumo, 29 de agosto, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC), vinculada à Secretaria de Estado da Saúde, alerta a população sobre os efeitos nocivos e mortais do uso do tabaco e da exposição ao fumo passivo.
A epidemia global do tabaco mata mais de oito milhões de pessoas por ano, das quais, cerca de 900 mil são não fumantes que morrem por respirar o fumo passivo, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Quase 80% dos mais de um bilhão de fumantes em todo o mundo vivem em países de baixa e média rendas, onde o peso das doenças e mortes relacionadas ao tabaco é maior.
No Brasil, das mortes anuais causadas pelo uso do tabaco, 34.999 mortes correspondem a doenças cardíacas; 31.120 mortes por doenças pulmonares crônicas; 26.651 por outros cânceres; 23.762 por câncer de pulmão; 17.972 mortes por tabagismo passivo; 10.900 por pneumonia e 10.812 por acidente vascular cerebral (AVC) ainda de acordo com os dados do INCA.
Em Santa Catarina, de acordo com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), ocorreram 6.025 óbitos por doenças cardíacas; 1.201 óbitos por doenças pulmonares crônicas e 1.410 por neoplasias de pulmão. Pesquisa recente, publicada este ano, o Vigitel/MS (Vigilância de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico do Ministério da Saúde) realizado em todas as capitais dos 26 estados e no Distrito Federal, apresenta os seguintes dados:
• No conjunto das 27 cidades, a frequência de adultos fumantes foi de 9,3%, sendo quase duas vezes maior no sexo masculino (12,1%) do que no feminino (6,9%);
• Em Florianópolis, o percentual de adultos (≥ 18 anos) foi de 11,2%, sendo 15,4% para homens e 7,4% para mulheres e, a frequência de fumantes passivos no domicílio foi de 5,7% para população total, sendo 5,6% para homens e 5,9% para mulheres.
Um dos principais destaques deste Dia Nacional de Combate ao Fumo é para os malefícios causados pelo narguilé. Adriana Elias, enfermeira da Gerência de Vigilância de Doenças e Agravos Crônicos (Gevra) da DIVE/SC, explica que em uma única rodada, que dura em média de 20 a 80 minutos, a exposição à fumaça do equipamento equivale ao volume da queima de 100 cigarros aproximadamente. “Os riscos do uso do narguilé vão além. Não estão relacionados somente ao tabaco, mas também a doenças infectocontagiosas. O hábito de compartilhar o bucal entre os usuários pode resultar na transmissão de doenças como herpes, hepatite C e tuberculose. Outro ponto importante é que o narguilé pode ser precursor da iniciação do fumo de cigarros e ainda induzir dependência à nicotina”, alerta a enfermeira.
Tratamento no SUS
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito para quem deseja parar de fumar. Para saber quais unidades de saúde oferecem o tratamento, a população pode obter a informação nos postos de saúde ou diretamente na Secretaria de Saúde do município.