O nascimento de um bebê do sexo feminino pesando 2.200 kg às 8h22min desta terça-feira, 5, marcou a realização de uma cirurgia inédita no Hospital Regional de Araranguá (HRA) e também a primeira da UTI Neonatal. A criança nasceu com uma doença chamada gastrosquise (quando o intestino se forma fora do corpo do bebê durante a gestação). A equipe médica imediatamente realizou um procedimento cirúrgico com o bebê ainda ligado à mãe de 19 anos pelo cordão umbilical. A cirurgia durou menos de cinco minutos e a técnica utilizada foi realizada com sucesso, salvando a vida da criança.
Segundo os médicos, com a técnica utilizada o bebê sofre menos. Se a cirurgia fosse realizada depois de alguma horas do nascimento, a recuperação seria mais longa, e o tempo para o bebê poder se alimentar também seria maior, podendo levar ate seis semanas. Com essa técnica, o bebê, que passa bem, deve começar a receber alimentação em até sete dias.
Segundo a direção do hospital, a cirurgia é inédita na UTI Neonatal do Hospital Regional de Araranguá. Primeiro, os médicos fizeram o parto e retiram o bebê, mas não cortaram o cordão umbilical. A mãe recebeu um sedativo, que automaticamente também afeta o bebê, já que ele permanece ligado à ela pelo cordão umbilical. Em seguida, iniciou-se a cirurgia para introduzir o intestino para dentro do corpo do bebê. O cordão umbilical somente foi cortado após a finalização do procedimento.
“A grande vantagem é que a criança não recebe anestesia geral. Outra vantagem é o pós-operatório, já que se espera que o período de internação seja reduzido”, explica o cirurgião pediátrico Christian Prado. A equipe de Cirurgia Pediátrica e a equipe de neonatologistas e obstetras do hospital já acompanhavam a evolução do bebê há mais de um mês e comemoraram o sucesso da cirurgia que garantiu a vida do recém-nascido.
Ainda de acordo com o médico Christian Prado, a excelente estrutura do local possibilitou a realização do ato cirúrgico. “Esse foi um esforço conjunto da nossa equipe, da equipe de enfermagem, obstetrícia, neonatologia e anestesia. O hospital estava preparado e possuía as condições para realização do procedimento” comemorou o cirurgião.
Para a direção do Instituto Maria Schmitt (IMAS), a cirurgia coloca o hospital, mais uma vez, como referência estadual para novos tratamentos. “O Hospital Regional de Araraguá já mostra que dá passos largos em procedimentos e inovações cirúrgicas trazendo benefícios para os pacientes, atenuando e até evitando o sofrimento das pessoas. Muitas outras inovações técnicas serão implementadas”, comenta Ricardo Ghelere, vice-presidente do IMAS.