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Florianópolis, 28 de Setembro de 2017

Em entrevista coletiva com a imprensa, nesta quinta-feira, 28, no Centro Administrativo da Segurança Pública, em Florianópolis, o secretário de Estado da Saúde, Vicente Caropreso; o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar, coronel BM Onir Mocellin; e o gerente Estadual do SAMU, Coronel João Batista Cordeiro Júnior, esclareceram como vai funcionar a integração dos serviços de atendimento do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) em conjunto com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Algumas mudanças já iniciaram, mas o sistema deverá estar totalmente integrado em Maio de 2018. O novo modelo definido foi aprovado pela Comissão Intergestora Bipartite (CIB), que integra gestores da saúde do estado e municípios. 

O novo sistema deverá estar implantado integralmente e em operação no primeiro semestre de 2018. As adaptações nos quartéis do CBMSC já estão sendo providenciadas, a exemplo de estruturas de comunicação via rádio, sistemas de atendimento de chamadas, Central Estadual de Regulação entre outros, para que o serviço seja potencializado e atenda a demanda da população. As unidades de Suporte Básico do SAMU, administradas pelos municípios, serão gradativamente integradas à gestão do Estado, de acordo com o interesse dos municípios.


“Nós queremos integrar todas as unidades de atendimento pré-hospitalar do estado. O modelo de Santa Catarina já é considerado bom, mas com a unificação dos serviços, num modelo inédito, passaremos a ser referência no Brasil. A ideia é dar um atendimento rápido e também com suporte médico para todos os casos e despachar as viaturas de acordo com a necessidade da situação. Essa integração de informação é que vai ser valiosa na concepção do novo serviço”, destacou Vicente Caropreso.

“Vamos otimizar a utilização dos recursos públicos de forma que, o Estado, como um todo, faça a gestão tanto do serviço do SAMU, quanto dos Bombeiros, evitando duplicidade de viaturas na mesma ocorrência. Fazer com que haja protocolos de atendimento padronizados na Central de Regulação e na forma de atendimento prestado. Com a regulação de todo serviço, os profisionais já saberão para qual hospital especializado conduzir o paciente. Com isso, a população vai ter só a ganhar”, enfatizou o Coronel Mocellin.

O gerente do SAMU em Santa Catarina, Coronel BM João Batista, explicou que será feita a integração e migração dos espaços físicos e do sistema de comunicação. “As unidades vão migrar para edificações próprias do Estado, preferencialmente para as unidades do Corpo de Bombeiros, Voluntários ou Militar. A economia com aluguéis será visível. Outro destaque, será a capacitação dos profissionais para prestarem de forma unificada o serviço e o sistema de rádio que será interligado”.


Também participaram da coletiva a superintendente de Serviços Especializados e Regulação da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Karin Geller; a coordenadora de Enfermagem do SAMU, Adriana Martins; o coordenador Médico do SAMU, André Motta, e o superintendente dos Hospitais Públicos da SES, Marcelo Lemos.

Como ficará a distribuição do serviço no Estado

Todas as unidades de APH hoje existentes no Estado terão uma gestão unificada, que será realizada em parceria e de maneira compartilhada entre a Secretaria de Estado da Saúde e o Corpo de Bombeiros Militar. Com essa nova visão sistêmica do APH, haverá melhor cobertura dos serviços, uma vez que o Estado fará a gestão da Central Estadual de Regulação Médica do APH, das 23 unidades de suporte avançado do SAMU, das 96 unidades de suporte básico do SAMU (atualmente vinculadas aos municípios), dos 129 Asus- Auto Socorro de Urgência do Corpo de Bombeiros Militar (também consideradas unidades de suporte básico) e das 74 unidades de Bombeiros Voluntários, conforme adesão ao novo modelo proposto. (Veja mapa anexo).

Central de Regulação Única

Os serviços prestados pelas oito centrais que atualmente fazem a regulação médica do APH em Santa Catarina serão concentrados em uma única central, que continuará trabalhando de forma regionalizada e fará a regulação de todas as unidades do sistema, incluindo as dos Bombeiros Militares e Voluntários. A nova Central de Regulação terá tecnologia de ponta e será integrada com a Central do Corpo de Bombeiros Militar. Na prática, a principal vantagem é que as equipes de atendimento, tanto dos bombeiros quanto as do SAMU, saberão para que hospital o paciente será transportado em função da especialidade médica, do tipo de lesão ou gravidade do quadro e possibilidade de atendimento rápido, de acordo com a disponibilidade e unidade hospitalar.

A nova Central de Regulação terá, diariamente, equipes compostas por 12 médicos, 27 técnicos auxiliares de regulação médica, oito rádio operadores e terá como sede o atual Complexo da Segurança Pública, localizado na Avenida Ivo Silveira, no bairro Capoeiras, em Florianópolis.

Regulação de transferências inter-hospitalares de pacientes

Foi constatada, no diagnóstico realizado junto ao SAMU, a necessidade de haver uma reorganização dos processos de transferências inter-hospitalares de pacientes. Isso priorizará o atendimento primário, garantindo um serviço de excelência quando o paciente necessitar ser transferido. Para isso, haverá sempre um profissional médico na Central de Regulação encarregado, exclusivamente, em administrar os casos. Também haverá unidades em cada macrorregião do Estado para a realização de transferências prioritárias.

Criação do Suporte Intermediário à Vida

Com as mudanças, além do Suporte Básico à Vida (unidades com condutor/socorrista e técnico de enfermagem), Suporte Avançado à Vida (viaturas com condutor/socorrista, enfermeiro e médico, serviços já prestados pelo SAMU), haverá a criação do Suporte Intermediário à Vida (veículos de APH do Corpo de Bombeiros Militar, tripulados por condutor/socorrista, técnico de enfermagem e enfermeiro). Assim, as viaturas e equipes serão deslocadas para as ocorrências de acordo com a necessidade e gravidade do paciente.

O que muda para a população que precisar do serviço

Os números de emergência para acionar o Corpo de Bombeiros Militar e o SAMU continuam os mesmos, 193 e 192, respectivamente. Mas, ao acionar o serviço, a ligação será encaminhada para uma única central e o solicitante receberá o atendimento necessário para aquela situação relatada, sem duplicidade de despacho de recursos.

Treinamento dos profissionais para receber as emergências hospitalares

Além do constante aprimoramento de suas equipes, o SAMU terá a nova missão de treinar os profissionais de saúde que atuam no recebimento dos pacientes, nas portas dos hospitais da Rede de Urgência, em parceria com a Diretoria de Educação Permanente em Saúde (DEPS), vinculada à SES.

Vantagens

A principal vantagem para a população com o novo serviço é a integração do atendimento, otimização de recursos e a qualidade na prestação do serviço, tendo como foco principal o paciente. Não ocorrerá mais o envio de viaturas do SAMU e dos Bombeiros sem necessidade para atender a uma mesma situação. As pessoas serão atendidas por profissionais de acordo com a sua necessidade e a situação vivenciada, sendo casos de trauma ou clínico, com encaminhamento de unidades ao local de atendimento a partir de um comando unificado.
 
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Foto: Paulo Goeth