Florianópolis, 27 de julho de 2016.
A Secretaria Estadual da Saúde (SES), por intermédio do Centro Catarinense de Reabilitação (CCR) e com o apoio da Assembleia Legislativa, promoveu no Auditório Antonieta de Barros, nesta quarta-feira (27), o Seminário sobre o Serviço de Oxigenoterapia e Ventilação Domiciliar. O evento teve o objetivo de capacitar profissionais da área que atuam diretamente com os pacientes dependentes da terapia no estado.
A oxigenoterapia e ventilação domiciliar é uma assistência prestada pela SES, que consiste no fornecimento do serviço na casa do paciente com o objetivo de melhorar sua qualidade de vida. Voltado ao tratamento de doenças respiratórias, visa reduzir o numero de reinternações e o custo da assistência hospitalar.
O serviço de oxigenoterapia domiciliar atende 2.654 pacientes no Estado e está disponível em 267 municípios de Santa Catarina. O médico Marcelo Lemos Reis, gerente do Centro Catarinense de Reabilitação, instituição vinculada à Secretaria de Estado da Saúde, ressaltou a importância do serviço tanto para o Estado, que presta o serviço, quanto para quem é atendido. "Isto é de suma importância para o Estado e para os doentes. Porque nós levamos os doentes para casa, para o seio familiar, tiramos eles do hospital e eles têm uma vida entre a família com mais dignidade", disse Marcelo Reis que foi homenageado por seu trabalho à frente do CCR, tendo zerado a fila para pacientes à espera de próteses e os que precisavam do serviço de oxigênio domiciliar.
De acordo com Reis, a discussão proposta no seminário foi pensada para aproximar quem gerencia o programa de quem atende os pacientes. "Os pacientes são atendidos por pessoas que não conhecem o programa e nós não conhecemos os pacientes. Então, a diminuição dessa distância faz com que a gente também possa humanizar mais o programa."
O Programa de Oxigenoterapia e Ventilação Domiciliar começou a ser disponibilizado em Santa Catarina, de forma pioneira no país, a partir de 1991. Para o médico Daniel Yared Forte, chefe do serviço de pneumologia do Hospital Governador Celso Ramos, através do seminário será possível ofertar aos profissionais uma melhor formação para o acompanhamento de quem faz uso do programa. "Nós queremos cada vez mais integrar nossas ações. Nós como serviço de regulação, e eles como os profissionais que cuidam diretamente dos pacientes."
Durante a palestra que abriu o seminário, o médico fez uma exposição dos aspectos gerais e dos critérios clínicos para a aplicação do tratamento. Para ser efetiva, a suplementação de oxigênio deve ser feita no mínimo 15 horas por dia. As diretrizes para o tratamento da hipoxemia crônica estão especificadas em um documento da Secretaria da Saúde que reúne as informações sobre os procedimentos para a concessão do serviço e monitoramento do paciente.
O espectro de doenças em que o tratamento é indicado vai desde bronquite crônica, passando por enfisema pulmonar, fibrose cística e cardiopatias. Ela auxilia e propicia uma melhora nos quadros de dispneia, função cerebral reduzida, hipertensão pulmonar e redução do condicionamento físico, promovendo um aumento comprovado de sobrevida, uma maior tolerância a exercícios e a melhora da função cardíaca ventricular.
O deputado e presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, José Nei Alberton Ascari (PSD), afirmou que como o evento é de formação e de capacitação, a informação tem uma participação muito relevante no processo, por isso o apoio do Parlamento. "Reunindo aqui profissionais da área da saúde com o propósito de transmitirmos as informações necessárias, colaboramos para que no dia a dia eles possam trabalhar com mais propriedade na melhoria de vida de quem é atendido em Santa Catarina."
Veja as fotos do evento aqui:
Lucio Baggio