Florianópolis, 29 de abril de 2016
Com a chegada do frio no Estado, a população não deve se descuidar das medidas de prevenção da dengue, zika e febre chikungunya, em função da aparente redução da população de mosquitos Aedes aegypti.
A gerente de Vigilância de Zoonoses e Entomologia da Secretaria de Estado da Saúde, Suzana Zeccer, ressalta que os cuidados devem ser mantidos durante todo o ano, como forma de evitar novos casos da doença. “A população de mosquitos diminui, porém, os ovos do Aedes aegypti podem sobreviver até um ano e meio em recipientes secos. Para o ovo eclodir é preciso que ele entre em contato com a água. Se o local em que ele foi depositado não for protegido corretamente, ele ficará ali esperando o momento propício para dar origem a um novo mosquito”, destaca.
Com a queda na temperatura, o Aedes aegypti pode até se ausentar, mas não desaparece. Portanto, este é o momento de manter e até mesmo de intensificar todas as medidas de prevenção. São ações simples que devem ser colocadas em prática agora, no outono e inverno, e em todo o restante do ano. Inclusive porque hábitos não surgem da noite para o dia.
Após um período de altas temperaturas, Santa Catarina deve ter uma queda no número de casos até a chegada do Inverno. Isso ocorre devido a uma redução no volume de chuvas e das temperaturas, o que torna o clima desfavorável para a reprodução do mosquito transmissor das doenças. Outro fator é a diminuição no número de pessoas suscetíveis ao vírus em circulação.
De acordo com dados apresentados na terça-feira, 26, no Boletim Epidemiológico número 15 da Diretoria de Vigilância da Secretaria de Estado da Saúde, 3.440 casos foram confirmados até 23 de abril de 2016 - um aumento de 17% em relação ao mesmo período do ano passado, que totalizou 2.629 casos. Ao total, 41 municípios são considerados infestados.
Em 2015, Santa Catarina registrou a primeira epidemia de dengue, ocorrida em Itajaí, no litoral Norte. Este ano, a transmissão autóctone ocorre em 23 municípios, sendo que destes, cinco municípios apresentam índices epidêmicos da doença, ou seja, acima de 300 casos a cada 100 mil habitantes: Pinhalzinho, Descanso, Serra Alta, Bom Jesus e Coronel Freitas, todos na região Oeste.
“De fato há uma concentração de casos de dengue nos meses mais quentes, mas isso não significa que a dengue seja doença de uma única estação. O mosquito pode representar perigo durante todos os meses do ano”, reforça Suzana.
No combate aos criadouros, as medidas de prevenção têm que ser transformadas em hábito. O Aedes aegypti é um mosquito urbano, que tem hábitos domésticos. Não por acaso, 80% dos criadouros dele estão dentro das residências. As ações para eliminar focos e, consequentemente, prevenir surtos da doença, dependem do empenho de toda a população e devem fazer parte da rotina.
Na prática, isso significa dedicar 10 minutos da sua semana para procurar e eliminar possíveis focos de mosquito - caixas d'água, galões, tonéis, vasos de plantas, calhas, garrafas, lixo e bandejas de ar-condicionado, entre outros.