Florianópolis, 1º de abril de 2016
De 1º de janeiro a 31de março de 2016 foram confirmados 68 casos suspeitos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em Santa Catarina. Destes, 22 (32,3%) foram confirmados para influenza, sendo todos pelo vírus influenza A (H1N1). Outros 46 casos (67,6%) apresentaram resultado negativo para influenza A e B, sendo classificados como SRAG não especificada.
A SRAG são casos de síndrome gripal que evoluem com comprometimento da função respiratória, sem outra causa específica, que na maioria dos casos leva à hospitalização. Os casos podem ser causados por vírus respiratórios, dentre os quais predominam os da influenza do tipo A e B, ou por bactérias, fungos e outros agentes.
Dos dez óbitos de SRAG notificados, seis apresentaram resultado negativo para influenza A e B, sendo classificados como SRAG não especificada, e quatro foram confirmados pelo vírus A (H1N1).
Casos e óbitos de SRAG por influenza segundo classificação final. Santa Catarina, 2016.
Classificação Final |
Casos |
Óbitos |
|||
N |
% |
n |
% |
||
SRAG por influenza |
22 |
32,3 |
4 |
40 |
|
Influenza A(H1N1)pdm09 |
22 |
100 |
4 |
100 |
|
Influenza A(H3N2) |
0 |
0 |
0 |
0 |
|
Influenza B |
0 |
0 |
0 |
0 |
|
SRAG não especificada |
46 |
67,6 |
6 |
60 |
|
SRAG por outros vírus respiratórios |
0 |
0 |
0 |
0 |
|
SRAG por outros agentes etiológicos |
0 |
0 |
0 |
0 |
|
Total Notificados |
68 |
100 |
10 |
100 |
Fonte: SINAN INFLUENZA WEB (Atualizado em 31/03/2016 - dados sujeitos a alterações).
Os 22 casos confirmados de SRAG pelo vírus influenza A (H1N1) acometeram residentes nos municípios de Blumenau (10), Itajaí (4), Florianópolis (3), São José (2), Guaramirim (1), Tubarão (1), Brusque (1).
Casos confirmados de SRAG por influenza segundo subtipo viral por Municípiode residência. SC, 2016
Gersa |
MunResid SC |
Influenza A(H1N1)pdm09 |
Influenza A(H3N2)Sazonal |
Influenza B |
Total SRAGinfluenza |
Grande Florianópolis |
Florianópolis |
3 |
0 |
0 |
3 |
São José |
2 |
0 |
0 |
2 |
|
Blumenau |
Blumenau |
10 |
0 |
0 |
10 |
Brusque |
1 |
0 |
0 |
1 |
|
Tubarão |
Tubarão |
1 |
0 |
0 |
1 |
Itajaí |
Itajaí |
4 |
0 |
0 |
4 |
Jaraguá do Sul |
Guaramirim |
1 |
0 |
0 |
1 |
Total |
22 |
0 |
0 |
22 |
Fonte: SINAN INFLUENZA WEB (Atualizado em 31/03/2016 - dados sujeitos a alterações).
Em relação à idade, o maior número de casos de SRAG confirmados por influenza acometeu indivíduos da faixa etária de 40 a 49 anos com oito casos (36,3%).
Casos confirmados de SRAG por influenza segundo faixa etária (em anos) e subtipo viral. SC, 2016
Faixa Etária (em anos) |
Influenza A(H1N1)pdm09 |
Influenza A(H3) Sazonal |
Influenza B |
Total |
||||
n |
% |
n |
% |
n |
% |
n |
% |
|
<2 |
4 |
18,1 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
18,1 |
2 a 4 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
5 a 9 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
10 a 19 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
20 a 29 |
1 |
4,5 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
4,5 |
30 a 39 |
2 |
9 |
0 |
0 |
0 |
0 |
1 |
9 |
40 a 49 |
8 |
36,3 |
0 |
0 |
0 |
0 |
7 |
36,3 |
50 a 59 |
4 |
18,1 |
0 |
0 |
0 |
0 |
2 |
18,1 |
>= 60 |
3 |
13,6 |
0 |
0 |
0 |
0 |
3 |
13,6 |
Total |
22 |
100 |
0 |
0 |
0 |
0 |
14 |
100 |
Fonte: SINAN INFLUENZA WEB (Atualizado em 31/03/2016- dados sujeitos a alterações).
Do total de casos de SRAG confirmados por influenza, 15 deles tinham algum fator de risco associado, sendo seis portadores de doença crônica, dois obesos,três idosos (maior que 60 anos), quatro<2anos.
Casos confirmados de SRAG por influenza segundo fatores de risco. SC, 2016
Fatores de risco |
Casos de SRAG por influenza (n=22) |
Vacinados |
||
n |
% |
n |
% |
|
Com fatores de risco |
15 |
68,1 |
0 |
0 |
Doentes crônicos |
6 |
40 |
0 |
0 |
< 2 anos |
4 |
26,6 |
0 |
0 |
Obesidade |
2 |
13,3 |
0 |
0 |
Idosos > 60 anos |
3 |
20 |
0 |
0 |
Fonte: SINAN INFLUENZA WEB (Atualizado em 31/03/2016 - dados sujeitos a alterações).
Dos 18 casos de SRAG por influenza que evoluíram para a cura fizeram uso do antiviral Oseltamivir (Tamiflu), em média até cinco dias após o início dos sintomas.
Perfil de casos e óbitos
Até o dia 31 de março foram notificados dez óbitos por SRAG, sendo quatro confirmados pelo vírus influenza A (H1N1), dois residentes em Blumenau, um no município de Guaramirim e um no município de Brusque. Nos quatro óbitos por influenza, o uso de Oseltamivir (Tamiflu) foi iniciado em media 7 dias após o início da síndrome gripal (febre, tosse, dificuldade respiratória, dor de garganta, coriza, entre outros). A recomendação é a utilização do antiviral em até 48 horas após o início dos sintomas para um melhor prognóstico.
Os demais (6) tiveram resultado negativo para o vírus influenza A e B, sendo classificados como SRAG não especificada.
O perfil de casos de SRAG até o momento indica a circulação do vírus influenza, com predominância do subtipo A (H1N1), acometendo principalmente adultos e pessoas com comorbidades (doentes crônicos e obesos).
A gripe causada pelo vírus influenza é uma doença grave que causa danos à saúde das pessoas há muitos séculos. É transmitida a partir das secreções respiratórias, podendo também sobreviver por minutos no ambiente, sobretudo em superfícies tocadas frequentemente. A partir do contato com um doente ou superfície contaminada, o vírus pode penetrar pelas vias respiratórias, causando lesão, que pode ser grave e até fatal, se não tratada a tempo.
Os vírus do tipo influenza circulam durante todo o ano, intensificando-se principalmente no período de inverno, quando as pessoas buscam se abrigar do frio em ambientes fechados, o que favorece a transmissão do vírus.
Neste ano, a campanha de vacinação contra gripe ocorrerá no período de 30 de abril a 20 de maio, e terá como grupos prioritários crianças menores de 5 anos, gestantes, puérperas, idosos (acima de 60 anos), indígenas, trabalhadores de saúde e portadores de comorbidades.
Além da vacinação para os grupos prioritários, estratégia eficaz na redução da doença grave entre a população mais vulnerável, as principais formas de prevenção para a gripe são:
- Higiene respiratória/etiqueta da tosse, medida capaz de reduzir a circulação viral, pois previne a disseminação entre as pessoas
- Tratamento precoce com medicamentos antivirais, que ajudam a evitar a evolução para formas graves.