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Florianópolis, 25 de março de 2016

A Secretaria de Estado da Saúde, por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), informa que foi confirmado no final da tarde desta quinta-feira (24), pelo Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo, o diagnóstico laboratorial de dengue para o óbito do paciente de 37 anos, residente em Chapecó, ocorrido no último dia 13. 

 

A equipe da Dive estará disponível nesta sexta-feira (25), das 9h30min às 10h, na Sala Estadual de Combate ao Aedes aegypti, localizada na Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Rua Esteves Júnior, 390), em Florianópolis, para informações adicionais.

Como se tratava de um óbito suspeito de dengue, foi realizada uma investigação conjunta entre as secretarias estadual e municipal de Saúde, utilizando o Protocolo de Investigação de Óbitos por Dengue do Ministério da Saúde. Os resultados da investigação epidemiológica, aliada à confirmação laboratorial do caso, confirmam o primeiro óbito por dengue grave registrado no Estado.

Reforça-se, assim, a necessidade da população procurar atendimento imediato caso apresente sintomas de dengue (febre alta, dores pelo corpo, mal estar), que as unidades de saúde estejam preparadas para aplicar o protocolo de manejo clínico e classificação de risco frente a um caso suspeito de dengue, além de se intensificar as ações de prevenção, eliminando possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti.

O que é dengue?

A dengue é uma doença infecciosa febril causada por um arbovírus, sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Ela é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado.

A infecção pelo vírus dengue pode ser assintomática ou sintomática. Quando sintomática, causa uma doença sistêmica e dinâmica de amplo espectro clínico, variando desde formas mais leves (oligossintomáticas) até quadros graves, podendo evoluir para o óbito. Todos os quatro sorotipos de vírus da dengue circulantes no mundo (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4) causam os mesmos sintomas, não sendo possível distingui-los somente pelo quadro clínico.

O termo “dengue hemorrágica” deixou de ser empregado em 2014, quando o Brasil passou a utilizar a nova classificação da doença, que leva em consideração que a dengue é uma doença única, dinâmica e sistêmica. Para efeitos clínicos e epidemiológicos, considera-se a seguinte classificação: dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave.

Sinais e sintomas

Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39°C a 40°C) de início abrupto, que tem duração de dois a sete dias, associada à dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos. Manchas pelo corpo estão presentes em 50% dos casos, podendo atingir face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem estar presentes.

Com a diminuição da febre, entre o terceiro e o sétimo dia do início da doença, grande parte dos pacientes recupera-se gradativamente, com melhora do estado geral e retorno do apetite. No entanto, alguns pacientes podem evoluir para a forma grave da doença, caracterizada pelo aparecimento de sinais de alarme, que podem indicar o deterioramento clínico do paciente.

Quadros graves

Sangramentos de mucosas (nariz, gengivas), dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, letargia, sonolência ou irritabilidade, hipotensão e tontura são considerados sinais de alarme. Alguns pacientes podem, ainda, apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade.

O choque ocorre quando um volume crítico de plasma (parte líquida do sangue) é perdido através do extravasamento nos vasos sanguíneos e caracteriza-se por pulso rápido e fraco, diminuição da pressão de pulso, extremidades frias, demora no enchimento capilar, pele pegajosa e agitação. O choque é de curta duração e pode levar à recuperação rápida, após terapia apropriada, ou ao óbito, de 12 a 24 horas.

Qualquer pessoa pode desenvolver formas graves de dengue, já na primeira infecção, apesar da maior frequência ser entre a segunda ou terceira infecção devido à resposta imune individual. No entanto, crianças, gestantes e idosos, além daqueles em situações especiais (portadores de hipertensão arterial, diabetes melitus, asma brônquica, alergias, doenças hematológicas ou renais crônicas, doença grave do sistema cardiovascular, doença ácido-péptica ou doença autoimune) têm maior risco de apresentarem quadros graves de dengue.

Na presença de sinais de alarme, o paciente deve retornar imediatamente ao serviço de saúde.

Pessoas que estiveram nos últimos 14 dias numa cidade com presença do Aedes aegypti ou com transmissão da dengue e apresentar os sintomas citados devem procurar uma unidade de saúde para diagnóstico e tratamento adequado.