Florianópolis, 22 de março de 2016
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) da Secretaria de Estado da Saúde (SES) divulgou nessa terça-feira, 22, a situação dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no território catarinense. De 1º de janeiro a 22 de março do corrente ano foram confirmados 47 casos suspeitos. Destes, 13 (27,6%) foram confirmados para Influenza, sendo todos pelo vírus Influenza A (H1N1) pdm 09.Outros 34 casos (72,3%) apresentaram resultado negativo para Influenza A e B, sendo classificados como SRAG não especificada. Dos quatro óbitos de SRAG notificados, todos revelaram resultado negativo para Influenza A e B, sendo classificados como SRAG não especificada. (Tabela 1)
Tabela 1: Casos e óbitos de SRAG por Influenza segundo classificação final. Santa Catarina, 2016.
Classificação Final |
Casos |
Óbitos |
|||
N |
% |
n |
% |
||
SRAG por Influenza |
13 |
27,6 |
0 |
0 |
|
Influenza A(H1N1)pdm09 |
13 |
100 |
0 |
0 |
|
Influenza A(H3N2) |
0 |
0 |
0 |
0 |
|
Influenza B |
0 |
0 |
0 |
0 |
|
SRAG não especificada |
34 |
72,3 |
4 |
100 |
|
SRAG por outros vírus respiratórios |
0 |
0 |
0 |
0 |
|
SRAG por outros agentes etiológicos |
0 |
0 |
0 |
0 |
|
Total Notificados |
47 |
100 |
4 |
100 |
Fonte: SINAN INFLUENZA WEB (atualizado em 22/03/2016- dados sujeitos a alterações)
Figura 1- Casos de SRAG hospitalizados Classificação final por SE de início dos sintomas. SC, 2016
Fonte : SINAN INFLUENZA WEB (atualizado em 22/03/2016 -dados sujeitos a alterações)
Os 13 casos confirmados de SRAG pelo vírus Influenza A(H1N1) acometeram residentes nos municípios de Blumenau (sete casos), Florianópolis (três casos), São José (um caso ), Guaramirim (um caso) e Tubarão ( um caso). (Tabela 2).
TABELA 2: Casos Confirmados de SRAG por Influenza segundo subtipo viral por Municípiode residência. SC, 2016
Gersa |
Mun Resid SC |
Influenza A(H1N1)pdm09 |
Influenza A(H3N2) Sazonal |
Influenza B |
Total SRAG Influenza |
Grande Florianópolis |
Florianópolis |
3 |
0 |
0 |
3 |
São José |
1 |
0 |
0 |
1 |
|
Blumenau |
Blumenau |
7 |
0 |
0 |
7 |
Guaramirim |
1 |
0 |
0 |
1 |
|
Tubarão |
Tubarão |
1 |
0 |
0 |
1 |
Total |
13 |
0 |
0 |
13 |
Fonte: SINAN INFLUENZA WEB (atualizado em 22/03/2016 - dados sujeitos a alterações)
Em relação àidade, o maior número de casos de SRAG confirmados por Influenza acometeu indivíduos da faixa etária de 40 a 49 anos, com oito casos (61,5%).(Tabela 3).
TABELA 3: Casos Confirmados de SRAG por Influenza segundo faixa etária (em anos) e subtipo viral. SC, 2016
Faixa Etária (em anos) |
Influenza A(H1N1)pdm09 |
Influenza A(H3) Sazonal |
Influenza B |
Total |
||||
n |
% |
n |
% |
n |
% |
n |
% |
|
< 2 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
2 a 4 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
5 a 9 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
10 a 19 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
20 a 29 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
30 a 39 |
1 |
7,6 |
0 |
0 |
0 |
0 |
1 |
7,6 |
40 a 49 |
8 |
61,5 |
0 |
0 |
0 |
0 |
6 |
61,5 |
50 a 59 |
1 |
7,6 |
0 |
0 |
0 |
0 |
1 |
7,6 |
>= 60 |
3 |
23,0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
2 |
23,0 |
Total |
13 |
100 |
0 |
0 |
0 |
0 |
13 |
100 |
Fonte: SINAN INFLUENZA WEB (atualizado em 22/03/2016- dados sujeitos a alterações)
Dototal de casos de SRAG confirmados por Influenza,quatro deles tinham algum fator de risco associado, sendo um portador de doença crônica, um obeso e três idosos (maior que 60 anos).(Tabela 4)
TABELA 4: Casos Confirmados de SRAG por Influenza segundo fatores de risco. SC, 2016
Fatores de risco |
Casos de SRAG por Influenza (n=13) |
Vacinados |
||
n |
% |
n |
% |
|
Com fatores de risco |
6 |
46,1 |
0 |
0 |
Doentes crônicos |
2 |
33,4 |
0 |
0 |
Obesidade |
1 |
16,6 |
0 |
0 |
Idosos > 60 anos |
3 |
50,0 |
0 |
0 |
Fonte: SINAN INFLUENZA WEB (atualizado em 22/03/2016 - dados sujeito a alterações)
Todos os 13 casos de SRAG por influenza que evoluíram para cura fizeram uso do antiviral Oseltamivir (tamiflu), em média até três dias após o início dos sintomas.
Considerações Finais
O perfil de casos de SRAG até o momentoindica a circulação do vírus influenza, com predominância do subtipo A(H1N1), acometendo principalmente adultos,idosos e pessoas com comorbidades (doentes crônicos e obesos). O prognóstico dos casos até o momento teve desfecho favorável, devido ao uso de Oseltamivir (Tamiflu) ao início dos sintomas (febre, tosse ou dor de garganta e pelo menos mais um dos sintomas: mialgia, cefaleia ou artralgia), independente do diagnóstico laboratorial.
A gripe causada pelo vírus Influenza é uma doença grave que causa danos à saúde das pessoas há muitos séculos. É transmitida a partir das secreções respiratórias, podendo também sobreviver por minutos no ambiente, sobretudo em superfícies tocadas frequentemente. A partir do contato com um doente ou superfície contaminada, o vírus pode penetrar pelas vias respiratórias, causando lesão, que pode ser grave e até fatal, se não tratada a tempo.
Os vírus do tipo Influenza circulam durante todo o ano, intensificando-se principalmente no período de inverno, quando as pessoas buscam se abrigar do frio em ambientes fechados, o que favorece a transmissão do vírus.
Neste ano, a campanha de vacinação contra gripe ocorrerá no período de 30 de abril a 20 de maio, e terá como grupos prioritários crianças menores de 5 anos, gestantes, puérperas, idosos (acima de 60 anos), indígenas, trabalhadores de saúde e portadores de comorbidades.
Além da vacinação para os grupos prioritários, estratégia eficaz na redução da doença grave entre população mais vulnerável, as principais formas de prevenção para a gripe são:
- Higiene respiratória/etiqueta da tosse, medida capaz de reduzir a circulação viral, pois previne a disseminação entre as pessoas;
- Tratamento precoce com medicamentos antivirais, que ajudam a evitar a evolução para formas graves.
OUTRAS INFORMAÇÕES
Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) – Vigilância de Influenza em Santa Catarina: http://www.dive.sc.gov.br/index.php/d-a/item/influenza-gripe
Protocolo de Tratamento de Influenza - 2015: http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2015/dezembro/17/protocolo-influenza2015-16dez15-isbn.pdf
Síndrome Gripal/SRAG – Classificação de Risco e Manejo do Paciente: http://www.dive.sc.gov.br/conteudos/imunizacao/publicacoes/Classificacao_de_Risco_e_Manejo_do_Paciente_SG_SRAG.pdf
Curso de atualização do manejo clínico da Influenza. http://www.unasus.gov.br/influenza