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Florianópolis, 22 de março de 2018.

A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC) divulga o boletim n° 05/2018sobre a situação da vigilância entomológica do Aedes aegypti e a situação epidemiológica da dengue, febre dechikungunya e do zika vírus, com dados até a Semana Epidemiológica (SE) n°11 (31 de dezembro de 2017 a 17 de março de 2018).

 >>Vigilância entomológica do Aedes aegypti

No período de 31 de dezembro de 2017 a 17 de março de 2018, foram identificados 5.621focos do mosquito Aedes aegypti em 122 municípios. Nesse mesmo período em 2017, haviam sido identificados 3.350focos em 111 municípios, conforme as Figuras1 e 2.O aumento do número de focos na SE 10 está associado ao Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRAa), no qual ocorre a coleta de larvas para o conhecimento do Índice de Infestação Predial (IIP).

O número de focos de 2018 é 67,8% maior quando comparado ao mesmo período do ano de 2017.

Em relação à situação entomológica, até a SE nº 11/2018 já são 65 municípios considerados infestados,o que representa um incremento de 18,2% em relação ao mesmo período de 2017, que registrou 55 municípios nessa condição, de acordo com a Tabela 1.Em comparação ao último boletim, houve a inclusão do município de Iraceminha como infestado.

A definição de infestação é realizada de acordo com a disseminação e manutenção dos focos.

Tabela 1: Municípios considerados infestados pelo mosquito Aedes aegypti. Santa Catarina, 2018.

Águas de Chapecó

Cunha Porã

Modelo

São Bernardino

Águas Frias

Descanso

Mondaí

São Carlos

Anchieta

Dionísio Cerqueira

Navegantes

São Domingos

Balneário Camboriú

Formosa do Sul

Nova Erechim

São José

Bandeirante

Florianópolis

Nova Itaberaba

São José do Cedro

Belmonte

Galvão

Novo Horizonte

São Lourenço do Oeste

Bom Jesus

Guaraciaba

Palma Sola

São Miguel do Oeste

Brusque

Guarujá do Sul

Palmitos

Saudades

Caibi

Iporã do Oeste

Paraíso

Seara

Camboriú

Ipuaçu

Passo de Torres

Serra Alta

Campo Erê

Iraceminha

Pinhalzinho

Sul Brasil

Catanduvas

Itajaí

Planalto Alegre

União do Oeste

Caxambu do Sul

Itapema

Porto Belo

Xanxerê

Chapecó

Itapiranga

Porto União

Xaxim

Cordilheira Alta

Joinville

Princesa

 

Coronel Freitas

Jupiá

Quilombo

 

Coronel Martins

Maravilha

Saltinho

 

Fonte: DIVE/SES/SC (Atualizado em 17/03/2018)

>>Dengue

No período de 31 de dezembro de 2017 a 17 de março de 2018,foram notificados 544 casos de dengue em Santa Catarina. Desses,3 (1%) foram confirmados (todos pelo critério laboratorial), 10 (2%) estão inconclusivos (classificação utilizada no SINAN nos casos em que, após 60 dias da data de notificação, ainda estiverem sem encerramento da investigação),447 (82%) foram descartados por apresentarem resultado negativo para dengue,84(15%) estão sob investigação pelos municípios. Dos casos confirmados no Estado, todos são importados.Os pacientes residem nos municípios de Biguaçu, Porto União e São José e apresentam como Local Provável de Infecção os estados do Mato Grosso do Sul, da Bahia e Paraíba, respectivamente, como se pode ver na Tabela 2.

Tabela 2: Casos notificados de dengue, segundo classificação. Santa Catarina, 2018.

Classificação

Casos

%

Confirmados

3

1

        Autóctones

0

0

        Importados

3

100

        Indeterminados

0

0

        Em investigação de LPI

0

0

Inconclusivos

10

2

Descartados

447

82

Suspeitos

84

15

Total Notificados

544

100

Fonte: SINAN On-line (com informações até o dia 17/03/2018).

>> Febre de chikungunya

No período de 31 de dezembro de 2017 a 17de março de 2018, foram notificados 109 casos de febre de chikungunya em Santa Catarina. Desses, 5 (4%) foram confirmados (todos pelo critério laboratorial), 74 (68%) foram descartados,30(28%) permanecem como suspeitos em investigação pelos municípios.

Do total de 5casos confirmados até o momento, 3são importados (transmissão fora do estado) e 2são autóctones (transmissão dentro do estado),ambosresidentes no município de Cunha Porã, de acordo com a Tabela 3 e 4.Em comparação ao último boletim, houve o aumento de um caso autóctone. O caso autóctone divulgado por São Miguel do Oeste permanece em investigação, por estar aguardando resultado do exame encaminhado ao laboratório de referência do estado.

Tabela 3: Casos de febre de chikungunya segundo classificação. Santa Catarina, 2018.

Classificação

Casos

%

Confirmados

5

4

        Autóctones

2

40

        Importados

3

60

       Indeterminados

0

0

        Em investigação de LPI

0

0

Inconclusivos

0

0

Descartados

74

68

Suspeitos

30

28

Total Notificados

109

100

Fonte: SINAN On-line (com informações até o dia 17/03/2018).

Tabela 4: Casos confirmados de febre de chikungunya segundo classificação, município de residência e local provável de infecção (LPI). Santa Catarina, 2018.

Municípios de Residência SC

Nº de casos em Investigação de LPI

Nº de casos indeterminados

Nº de casos importados

Nº de casos autóctones

Local Provável de Infecção (LPI)

 
 

Cunha Porã

0

0

1

2

1 Mato Grosso,

2 Cunha Porã/SC

 

Itajaí

0

0

1

0

1 Rio de janeiro

 

Tubarão

0

0

1

0

1Mato Grosso

 

Total

0

0

3

2

5

 

 

Fonte: SINAN On-line (com informações até o dia 17/03/2018).

>> Zika vírus

No período de 31 de dezembro de 2017 a 17 de março de2018,foram notificados 30 casos de zika vírus em Santa Catarina, sendo que 19 (63%) foram descartados, 10 (33%) permanecem como suspeitose 1 (4%) como inconclusivo. Confira os dados na Tabela 5. 

Tabela 5: Casos de febre do zika vírus, segundo classificação. Santa Catarina, 2018.

Classificação

Casos

%

Confirmados

0

0

        Autóctones

0

0

        Importados

0

0

        Indeterminados

0

0

        Em investigação de LPI

0

0

Inconclusivos

1

4

Descartados

19

63

Suspeitos

10

33

Total Notificados

30

100

Fonte: SINAN NET (com informações até o dia 17/03/2018).

>> Situação das Salas Municipais para o combate ao Aedes aegypti/SC

Em 2018, a Sala Estadual mantém a participação nas videoconferências que são realizadas mensalmente com a Sala Nacional, discutindo o cenário entomológico e as ações que serão realizadas ao longo do ano como: visitas bimestrais aos imóveis das áreas infestas, realização do Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti(LIRAa) e o fortalecimento da atuação das Salas Estaduais.

A Sala ainda mantém a orientação para que todos os municípios infestados continuem com suas salas de situação em funcionamento, com o objetivo de desencadear ações intersetoriais para o controle do Aedes aegypti.

Os 64 municípios infestados foram orientados e realizaram o LIRAa/LIA até o dia 15 de março, atendendo solicitação do Ministério da Saúde, com exceção do município de São José. Dos que realizaram a atividade, 17 (27%) apresentaram alto rico para transmissão de dengue, febre de chikungunya e zika vírus, 33 (52,4%) médio risco e 13 (20,6%) baixo risco, como mostram a Tabela 6 e a Figura 5. Importante ressaltar que, dos 17 municípios em alto risco, 15 estão localizados na região Oeste e 2 na região da Foz do Rio Itajaí.

Tabela 6: Situação dos municípios, segundo Índice de Infestação Predial (IIP). LIRAa/LIA. Santa Catarina, mar./2018.

Alto risco

Médio risco

Baixo risco

Balneário Camboriú

Águas de Chapecó

Brusque

Bandeirante

Aguas Frias

Catanduvas

Belmonte

Anchieta

Cordilheira Alta

Chapecó

Bom Jesus

Coronel Martins

Coronel Freitas

Caibi

Florianópolis

Cunha Porã

Camboriú

Itapema

Galvão

Campo Erê

Joinville

Guarujá do Sul

Caxambu do Sul

Jupiá

Iporã do Oeste

Descanso

Modelo

Itajaí

Dionísio Cerqueira

Navegantes

Nova Erechim

Formosa Do Sul

Novo Horizonte

Palmitos

Guaraciaba

Saltinho

Paraíso

Ipuaçu

Seara

Princesa

Itapiranga

 

São Carlos

Maravilha

São Domingos

Mondaí

Serra Alta

Nova Itaberaba

 

 

Palma Sola

Passo de Torres

Pinhalzinho

Planalto Alegre

Porto Belo

Porto União

Quilombo

São Bernardino

São José do Cedro

São Lourenço do Oeste

Saudades

São Miguel do Oeste

Sul Brasil

União do Oeste

Xanxerê

Xaxim

Fonte: LIRAa/LIA (com informações até o dia 17/03/2018).

Ainda, com base nessa atividade, foram inspecionados 45.705 recipientes que continham água, sendo que os principais foram: lixo, sucata e recipientes móveis (pratinhos de plantas, baldes, entre outros). Essa informação aponta para a presença de um quantitativo significativo de recipientes no ambiente, gerando as condições favoráveis à reprodução do Aedes aegypti.

Dessa forma, é fundamental a intensificação das ações para a eliminação e adequação dos locais que podem servir para a reprodução do mosquito, com o objetivo de reduzir o risco de transmissão dessas doenças.

>> O que é Dengue?

A dengue é uma doença infecciosa febril causada por um arbovírus, sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Ela é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado.

A infecção pelo vírus da dengue pode ser assintomática ou sintomática. Quando sintomática, causa uma doença sistêmica e dinâmica de amplo espectro clínico, variando de formas mais leves (oligossintomáticas) até quadros graves, podendo evoluir para óbito. Todos os quatro sorotipos de vírus da dengue circulantes no mundo (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4) causam os mesmos sintomas, não sendo possível distingui-los somente pelo quadro clínico. O termo “dengue hemorrágica” deixou de ser empregado em 2014, quando o Brasil passou a utilizar a nova classificação da doença, que leva em consideração que a dengue é uma doença única, dinâmica e sistêmica. Para efeitos clínicos e epidemiológicos, considera-se a seguinte classificação: dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave.

Sinais e sintomas

Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40° C) de início abrupto, que tem duração de 2 a 7 dias, os sintomas incluem ainda dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos. Manchas pelo corpo estão presentes em 50% dos casos, podendo atingir face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem estar presentes.

Com a diminuição da febre, entre o 3º e o 7º dia do início da doença, grande parte dos pacientes recupera-se gradativamente, com melhora do estado geral e retorno do apetite. No entanto, alguns pacientes podem evoluir para a forma grave da doença, caracterizada pelo aparecimento de sinais de alarme, que podem indicar o deterioramento clínico do paciente.

Quadros graves

Sangramentos de mucosas (nariz, gengivas), dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, letargia, sonolência ou irritabilidade, hipotensão e tontura são considerados sinais de alarme. Alguns pacientes podem, ainda, apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade.

O choque ocorre quando um volume crítico de plasma (parte líquida do sangue) é perdido através do extravasamento nos vasos sanguíneos, ele caracteriza-se por pulso rápido e fraco, diminuição da pressão de pulso, extremidades frias, demora no enchimento capilar, pele pegajosa e agitação. O choque é de curta duração e pode levar à recuperação rápida, após terapia apropriada, ou ao óbito, de 12 a 24 horas.

Qualquer pessoa pode desenvolver formas graves de dengue já na primeira infecção, apesar da maior frequência ser entre a segunda ou terceira infecção devido à resposta imune individual. No entanto, crianças, gestantes e idosos, além daqueles em situações especiais (portadores de hipertensão arterial, diabetes melitus, asma brônquica, alergias, doenças hematológicas ou renais crônicas, doença grave do sistema cardiovascular, doença ácido-péptica ou doença autoimune), têm maior risco de apresentarem quadros graves de dengue.

Atenção: na presença de sinais de alarme, o paciente deve retornar imediatamente ao serviço de saúde.

Pessoas que estiveram nos últimos 14 dias numa cidade com a presença do Aedes aegypti ou com a transmissão da dengue e apresentarem os sintomas citados devem procurar uma unidade de saúde para diagnóstico e tratamento adequado.

 

>> O que é febre de chikungunya?

É uma infecção viral causada pelo vírus chikungunya, que pode se apresentar sob forma aguda (com sintomas abruptos de febre alta, dor articular intensa, dor de cabeça e dor muscular, podendo ocorrer erupções cutâneas) e evoluir para as fases subaguda (com persistência de dor articular) e crônica (com persistência de dor articular por meses ou anos). O nome da doença deriva de uma expressão usada na Tanzânia que significa "aquele que se curva".

Pessoas que estiveram nos últimos 14 dias em cidade com a presença do Aedes aegypti ou com a transmissão da febre de chikungunya e apresentarem os sintomas citados devem procurar uma unidade de saúde para o diagnóstico e tratamento adequado.

 

>> O que é febre do zika vírus? 

É uma doença causada pelo vírus zika (ZIKAV), transmitido pela picada do mesmo vetor da dengue, o Aedes aegypti, infectado. Pode manifestar-se clinicamente como uma doença febril aguda, com duração de 3 a 7 dias, geralmente sem complicações graves.

Segundo a literatura, mais de 80% das pessoas infectadas não desenvolvem manifestações clínicas. Porém, quando presentes, a doença se caracteriza pelo surgimento de exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia, edema periarticular e cefaleia. A artralgia pode persistir por aproximadamente um mês.

 

>>Orientações para evitar a proliferação do Aedes aegypti:

 

·      evite usar pratos nos vasos de plantas; se usá-los, coloque areia até a borda;

·      guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;

·      mantenha lixeiras tampadas;

·      deixe os depósitos para guardar água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;

·      plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;

·      trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana;

·      mantenha ralos fechados e desentupidos;

·      lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;

·      retire a água acumulada em lajes;

·      dê descarga no mínimo uma vez por semana em banheiros pouco usados;

·      mantenha fechada a tampa do vaso sanitário;

·      evite acumular entulhos, pois eles podem se tornar locais de foco do mosquito da dengue;

·      denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde;

·      caso apresente sintomas de dengue, chikungunya ou zika vírus, procure uma unidade de saúde para atendimento.