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Florianópolis, 6 de abril de 2017

Os postos de saúde de Santa Catarina já estão com o novo calendário de vacinação para o ano de 2017. Neste ano, a novidade é a ampliação do público-alvo de seis vacinas: Tríplice Viral, Tetra Viral, dTpa adulto, HPV, Meningocócica C e Hepatite A. Antes indicada para crianças até um ano de idade, a vacina contra a Meningite C passa agora a ser oferecida também para adolescentes de 12 a 13 anos. A faixa-etária será ampliada, gradativamente, até 2020, quando serão incluídos crianças e adolescentes com nove anos até 13 anos.

Em Santa Catarina, 216.948 adolescentes deverão receber a vacina. No Brasil, a meta é vacinar 80% do público-alvo, formado por 7,2 milhões de adolescentes. O esquema de imunização para esse público será de um reforço ou uma dose única, conforme a situação vacinal. 

De acordo com a gerente de Imunização da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE), Vanessa Vieira da Silva, “é importante ressaltar que, dos quatro subtipos, a Meningite C é o mais frequente da doença em todo o país. Em Santa Catarina representa cerca de 50% dos casos”. A profissional alerta, ainda, para a necessidade de a população atualizar a carteira de vacinação, já que as doses estão disponíveis durante todo o ano nas salas de vacinas do estado. “Adolescentes e adultos também precisam manter o documento de vacinação em dia. Precisamos estimular a população a considerar a vacinação como uma ação de família”, reforça Vanessa.

Todas as vacinas estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), beneficiando todas as faixas etárias em todo o país durante o ano todo, e não somente em períodos de campanha. Por ano são disponibilizadas pela rede pública de saúde de todo o país cerca de 300 milhões de doses de imunobiológicos para combater mais de 20 doenças.

 Meningite

A meningite é uma doença grave de transmissão respiratória, evolução rápida, cujo prognóstico depende do diagnóstico precoce e, consequentemente, da instituição imediata de tratamento adequado. O grupo etário de maior risco são as crianças menores de cinco anos, principalmente as menores de um ano. A meningite tem distribuição universal e faz parte da Lista Nacional de Doenças de Notificação Compulsória, ou seja, todos os casos suspeitos ou confirmados devem ser notificados por profissionais.

Sintomas
Existe a suspeita de meningite em pessoas que apresentem febre associada à dor de cabeça, dor ou rigidez de nuca e vômitos frequentes. Em crianças pequenas, esses sintomas podem apresentar-se como choro persistente, irritação, falta de apetite e “moleira inchada”. Na apresentação desses sintomas, deve-se procurar a unidade de saúde mais próxima.

Prevenção

- Manter todos os ambientes bem ventilados, se possível ensolarados, principalmente salas de aula, locais de trabalho e no transporte coletivo;
- Lavar as mãos frequentemente com água e sabão;

- Manter higiene rigorosa com utensílios domésticos;

- Evitar transitar com crianças em ambientes fechados e mal ventilados.

Outras novidades no calendário

HPV – Também será ofertada, a partir de 2017, a vacina HPV para meninos. Desde 2014, a vacina é oferecida para meninas de nove a 13 anos. Agora, o público-alvo incluirá também meninas de 14 anos. Ainda para este ano, além dos meninos, a vacina também será oferecida para homens vivendo com HIV e AIDS entre nove e 26 anos de idade, e para imunodeprimidos, como transplantados e pacientes oncológicos. Desde 2015, as mulheres (de nove a 26 anos) que vivem com HIV/Aids recebem a vacina. 

HEPATITE A – A vacina Hepatite A passa a ser disponibilizada para crianças de até cinco anos de idade. Antes, a idade máxima era até dois anos. Essa vacina é altamente eficaz, com taxas de soroconversão de 94% a 100%. Em países que adotaram o esquema de vacinação com uma dose, houve controle da incidência da doença, principalmente em creches e instituições semelhantes, proporcionando proteção de rebanho para a população geral. Além disso, estudos também têm demonstrado que, em cerca de 95% dos vacinados, há produção de anticorpos em níveis protetores, quatro semanas após a vacinação com uma dose.

TETRA VIRAL (Sarampo, Caxumba, Rubéola e Varicela) – Em 2017, para as crianças, há ampliação da oferta da vacina tetra viral, passando a ser administrada de 15 meses até quatro anos de idade. Antes, era administrada somente na faixa etária de 15 meses a menor de dois anos de idade. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) recomenda a vacinação das crianças com a tríplice viral (sarampo, Caxumba e rubéola) aos 12 meses de idade (primeira dose) e aos 15 meses com a tetra viral (segunda dose com a varicela). Caso a criança perca a dose aos 15 meses, essa pode ser administrada até os quatro anos. Vale reforçar que em países que adotaram esquema de uma dose contra varicela (semelhante ao do Brasil) houve queda acentuada do número total de casos da doença, de hospitalizações e de óbitos a ela relacionados.

dTpa ADULTO – A vacina adsorvida Difteria, Tétano e Pertussis (acelular) tipo adulto passa a ser  recomendada para grávidas a partir da 20ª semana de gestação. As mulheres que perderam a oportunidade de serem vacinadas durante a gestação devem receber uma dose de dTpa no puerpério, o mais precoce possível. Com essa medida, o Ministério da Saúde (MS) busca garantir que os bebês possam nascer protegidos contra a Coqueluche, por conta dos anticorpos que são transferidos da mãe para o feto, evitando que eles contraiam a doença até que completem o esquema de vacinação com a vacina penta, o que só ocorre aos seis meses de idade. 

TRíPLICE VIRAL (Sarampo, Caxumba e Rubéola) - Outra alteração se deu para a vacina tríplice viral, com a introdução da segunda dose para a população de 20 a 29 anos de idade. Anteriormente, a segunda dose era administrada até os 19 anos de idade. Com esta mudança, busca-se a correção da falha vacinal neste grupo e também considera a situação epidemiológica da Caxumba nos últimos anos, cujos surtos têm acometido, principalmente, adolescentes e adultos jovens nesta faixa etária. A adoção do esquema de duas doses para esse grupo contribuirá na redução de casos da doença. Deste modo, duas doses contra Sarampo, Caxumba e Rubéola passam a ser disponibilizadas para pessoas de 12 meses até 29 anos de idade. Para os adultos de 30 a 49 anos, permanece a indicação de apenas uma dose de tríplice viral.