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Sandro Roberto da Silva, 45 anos, foi fazer um passeio com a família na Costa da Lagoa no dia 5 de janeiro com o devido distanciamento social e uso de máscara. Três dias depois, em casa no bairro Rio Vermelho, notou que sua temperatura corporal estava subindo, indicando febre, além de uma tosse que lhe incomodava.

Sua esposa Viridiana Salviano da Silva ficou desconfiada dos sintomas e então procuraram a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte, em Florianópolis. Sandro fez o exame RT-PCR, padrão ouro para o diagnóstico da Covid-19, quatro dias depois que começaram os sintomas, no dia 12. Em 48 horas veio o resultado positivo.

Neste mesmo dia procuraram atendimento na UPA e lá os profissionais recomendaram que Sandro se recuperasse em casa, pois não estava com falta de ar. Mas no sábado, 16, ele ficou muito mal e sua esposa o levou para o Hospital Celso Ramos (HCR), em Florianópolis.


“Tinha muita tosse, demais, febre e mal estrar, fraqueza. Não parava de tossir, não conseguia dormir, e então fui para o hospital. Quando cheguei já estava ofegante, com pressão alta, muitos batimentos cardíacos, minha oxigenação no sangue estava em 80 e a febre que não passava”, explicou Sandro, que após ser examinado foi internado imediatamente na Enfermaria da Ala Covid do HCR.


Sandro chegou no hospital com um quadro clínico de febre alta, tosse e hipertensão. “Foi colocado cateter de oxigênio e ficou na enfermaria sendo observado. Porém, no dia 20 ele teve uma piora no quadro clínico, dessaturou, e foi transferido para a UTI”, segundo a diretora geral do HCR, Elisângela Scheidt Roncalio, onde o paciente ficou cinco dias sendo monitorado com cuidados intensivos.


Na enfermaria, Sandro ficava preocupado com a oxigenação baixa. “Foi aí a médica disse que eu seria transferido pra UTI para ter um cuidado maior e não era pra eu me preocupar. Mas na hora passou um monte de coisa na minha cabeça: Deixei minha filha e esposa; elas me deixaram na porta do hospital. Quando falaram que eu ia pra UTI, pensei “não sei se volto”. A única lembrança que vou ter é da minha filha e esposa ali, paradas. É um negócio muito difícil, sabe? Mexe muito com a cabeça da pessoa”, desabafou Sandro.


“Nós somos cristãos e desde quando entrei no hospital eu sentia muito a presença de Deus na minha vida, eu senti que Deus estava comigo e me senti amparado naquele momento. Graças a Deus deu tudo certo, foi difícil na UTI”. Sandro ficou 13 dias internado no HCR. Após sair da UTI, voltou para enfermaria e teve alta hospitalar no dia 29 de janeiro.

Contato com a família


Os profissionais do Hospital Celso Ramos ligavam todos os dias para informar sobre a condição de saúde de Sandro, segundo Viridiana. “Quando ele estava na enfermaria, o Sandro ficava com o celular pra fazer as chamadas de vídeo comigo. Depois, quando ele foi pra UTI, todos os dias eles me passavam o boletim médico”.


Sandro, a esposa Viridiana e sua filha de 9 anos são naturais de São Paulo e vieram para Florianópolis há quatro anos em busca de qualidade de vida. “Todos os dias avisava a família que ficou em São Paulo com as informações do boletim médico”, explica Viridiana.

Saber ser grato


O tratamento dado no Hospital Celso Ramos foi excelente, segundo Sandro. “Desde as pessoas que fazem a limpeza até os médicos, todos sem exceção, fui tratado como um rei naquele hospital. Não tenho palavras de gratidão pra cada um deles, pelo que fizeram e fazem. Estão ali na linha de frente, correndo risco, dando amor pra gente, dando o máximo deles pra cada vida que está ali. A minha gratidão pelos funcionários e todos que trabalham lá, em especial à doutora Letícia Bee, que mais me acompanhou no hospital, e todos que me atenderam”, agradece.


“Eu aprendi muito dentro daquela UTI. Saber valorizar, ser grato às pessoas e não esquecer isso. A gratidão é algo maravilhoso, desde que a gente reconheça isso”, emocionou-se Sandro.



Sequelas do novo coronavírus


Sandro não se considerava uma pessoa dos grupos de risco para agravamento da Covid-19. “Eu nunca me internei, nunca fiquei doente, nunca tive problema de saúde. A hipertensão descobri no hospital. Eu estava acima do peso, mas não tenho vício, não bebo e não fumo. Era saudável”.


Depois de se curar da Covid-19, Sandro tenta se recuperar das sequelas. “Tenho uma empresa de turismo, faço transfer. Agora com essa minha situação não consigo ter firmeza para andar direito, ainda fico cansado. Fui tomar banho e quando saí estava cansado, não com falta de ar, eu respiro muito bem, mas eu fico ofegante. Faço fisioterapia em casa para respiração e tô melhorando, minha voz já melhorou bastante, aos poucos as coisas vão normalizar”.

Para outros os sintomas são leves


Viridiana acredita que ela e sua filha foram infectadas com o novo coronavírus. “Tive sintomas e a nossa filha também. Mas quando fiz o teste rápido deu não reagente. A enfermeira disse que eu devo ter passado do tempo, mas afirmou que eu peguei pois fiquei sem olfato e paladar e somente agora que o paladar voltou um pouco. A nossa filha teve dor nos olhos e febre por 2 dias apenas”, explica Viridiana que começou a apresentar os sintomas quando Sandro estava internado.

Um alerta para a população


A família da Silva segue com os cuidados de higiene das mãos, uso de máscara e o distanciamento social. “Muitas pessoas não acreditam na doença, acham que é só uma gripe. Eu tive sintomas leves então pra mim foi como uma gripe, mas o Covid é um vírus e vírus é mutante. A gente só sabe como é, quando passa. Que as pessoas continuem usando a máscara, se vacinem, tenham cuidado, não tenha aglomeração, eu sei que é um momento bem difícil. As pessoas tem que acreditar que é uma doença que pode ser fatal e desestrutura muito a gente”, alerta Viridiana.


Depois de ter sentido a Covid de forma moderada e grave, ser intubado e comemorar cada pequena melhora, Sandro ratifica que a população precisa continuar se cuidando nos espaços públicos e em casa. “Além da pessoa se proteger, tem que ter o entendimento que ela está protegendo o próximo. Ter o hábito de usar a máscara, de não aglomerar, de lavar as mãos. A população tem que ter esse entendimento, essa compreensão de respeitar o próximo onde estiver. Peço que as pessoas se previnam pra não passar uma situação igual ou pior que a minha, correndo risco de vida, e tantas outras que perderam pessoas queridas da família. Não vamos abrir mão da segurança de usar a máscara. Temos que ter esse compromisso, se cada um se cuidar, cuidaremos do próximo”.

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Gabriela Ressel
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