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O Ministério da Saúde publicou esta semana a Nota Técnica nº 52/2020 - CGPNI/DEIDT/SVS/MS com orientações preliminares sobre a conduta em casos suspeitos de reinfecção da Covid-19 no Brasil. O documento tem o objetivo de orientar os profissionais de saúde para identificar casos suspeitos de reinfecção pelo vírus SARS-CoV-2, proporcionando monitoramento epidemiológico e laboratorial adequados.

Segundo o médico infectologista da Secretaria de Estado da Saúde (SES/SC), Fábio Gaudenzi, a Organização Mundial da Saúde tem recebido nos últimos meses alertas de outros países, além da publicação de relatos de casos identificando a possibilidade de reinfecção pelo novo coronavírus. “Esse fenômeno ainda está sendo estudado. Nós não temos ainda algumas definições, como a ocorrência de uma infecção mais grave caso ocorra a reinfecção, ou qual é a proporção dessa reinfecção em relação aos casos, e também as características clínicas dos possíveis casos de reinfecção. Então pra que isso seja monitorado, pra que isso seja entendido, os países estão estabelecendo protocolos de acompanhamento pra que se entenda o fenômeno que está sendo observado, se realmente é infecção e quais são as características dele”, explica Gaudenzi.

Em Santa Catarina já há casos notificados de possíveis reinfecções e os pacientes estão sendo avaliados e acompanhados. “Pra que a gente caracterize como reinfecção temos que ter avaliação do caso com duas amostras, dois momentos diferentes separados por um intervalo de tempo, e essas amostras serão analisadas geneticamente caracterizando que o vírus foi adquirido em dois momentos diferentes, ou seja, o vírus foi adquiridos no momento A e a pessoa teve uma cura dessa primeira infecção, depois adquiriu novamente o novo coronavírus”, exemplifica o infectologista, enfatizando ser importante ter esse entendimento.

Há uma outra situação que pode ocorrer com o paciente, após infecção pelo coronavírus, que é a liberação de partes do vírus através do trato respiratório que não são infectantes. “São pedações do vírus que podem ser detectados a partir dos testes moleculares e também dos testes de antígenos feitos a partir da coleta de secreção com cotonete no nariz e na boca, e que podem detectar a presença dessas partículas virais que não são infectantes. Então é importante separar o que é uma excreção viral prolongada que não é infectante, do que detectado realmente uma reinfecção. Por isso a investigação de todo caso é necessária”, conclui o médico Fábio Gaudenzi.