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Florianópolis, 15 de março de 2018

 

A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC) divulga o boletim n° 07/2018 sobre a situação epidemiológica da febre amarela (FA), vigilânciade epizootias de Primatas Não Humanos – PNH (macacos)e eventos adversos pós-vacinação,em Santa Catarina, com dadosaté o dia12 de março de 2018.

 

 

SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

 

 Vigilância de casos humanos

 

 

A vigilância de casos humanosé feita por meio da notificação de casos com sintomatologia compatível com FA. Todo caso suspeito deve ser imediatamente comunicado por telefone ou e-mail às autoridades de saúde, (até 24 horas), por se tratar de doença grave com risco de dispersão para outras áreas do território nacional e internacional.

 

 

 

No período de 01 janeiro a 12de março de 2018, foram notificados 33casos suspeitos de febre amarela em Santa Catarina. Desses, 01 foi confirmado por critério laboratorial, 27 foram descartados (10 pelo critério laboratorial e 17pelo critério clinico epidemiológico) e 05 permanecem em investigação (Tabela 1).

 

Tabela 1: Casos notificados de febre amarela, segundo classificação e evolução. SC. (01 a 12 de mar/18)

 

Classificação

Casos

Óbitos

n

%

n

%

Confirmados

1

3

1

50

        Autóctones

0

0

-

        Importados

1

100

-

Descartados

27

82

1

50

Em investigação

5

15

-

Total Notificados

33

100

2

100

Fonte: SINAN NET (com informações até 12 de março de 2018).

   

 

Dos 05casos em investigação, 04tiveram histórico de deslocamento para Áreas Com Recomendação de Vacina nos 15 dias antes do início dos sintomas. Um caso ainda permanece sem informação quanto aosdeslocamentos realizados. Nenhum dos casos suspeitos em investigação tinha sido previamente vacinado contra a febre amarela. O caso confirmado de febre amarela é de um residente do município de Gaspar, com histórico de viagem para o município de Mairiporã/SP, o que caracteriza como sendo um caso importado.

 

A tabela 2 mostra a distribuição dos casos por Região de Saúde e município de residência. Dos05casos em investigação,03residem em municípios em Área Sem Recomendação de Vacina (Balneário Camboriú, Joinville, Florianópolis) e 02 em Área Com Recomendação de Vacina (Peritiba e Campos Novos).

 

Tabela 2. Casos notificados para febre amarela segundoregião de saúde e município de residência.SC, 2018.

 

Região de Saúde

Município de Residência

Notificados

Em investigação

Confirmados

Descartados

Médio Vale do Itajaí

Gaspar

1

-

1

-

Timbó

1

-

-

1

Extremo Sul Catarinense

Sta. Rosa do Sul

1

-

-

1

Carbonífera

Criciúma

2

-

-

2

Alto Vale do Itajai

Trombudo Central

1

-

-

1

Grande Florianópolis

Florianópolis

8

1

-

7

São José

2

-

-

2

Nordeste

Joinville

3

1

-

2

Serra Catarinense

São Joaquim

1

-

-

1

Correia Pinto

1

-

-

1

Capão Alto

1

-

-

1

Lages

3

-

-

3

Xanxerê

Lageado Grande

1

-

-

1

Entre Rios

1

-

-

1

Oeste

Palmitos

1

-

-

1

Meio Oeste

Joaçaba

2

-

-

2

Campos Novos

1

1

-

-

Foz do Rio Itajai

Balneário Camboriú

1

1

-

-

Alto Uruguai Catarinense

Peritiba

1

1

-

-

 

TOTAL

33

5

1

27

Fonte: SINAN NET (com informações até 12 de março de 2018).

 

 Vigilância de Epizootias em Primatas Não Humanos – PNH (macacos)

 

 

A vigilância de epizootias em PNH consiste em captar informações sobre o adoecimento ou morte desses animais e investigar oportunamente, a fim de detectar precocemente a circulação do vírus amarílico e subsidiar a tomada de decisão para a adoção das medidas de prevenção e controle.

 

Os dados das epizootias serão divulgados conforme sazonalidade da doença e com a padronização da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde para melhor comparabilidade dos dados com os demais Estados da federação. Dessa maneira, será considerado o períodode julho de 2017 a junho de 2018.

 

No período de julho de 2017 a junho de 2018, foram notificadas 101 PNH acometidos em epizootias, dos quais 97 mortes e 04 adoecimentos em 32 municípios de Santa Catarina (Tabela 3).

 

Tabela 3. Distribuição do número de PNH acometidos, por município de ocorrência e classificação, SC (jul/2017 a jun/2018).

 

Município de ocorrência

PNH acometidos

Total de Notificações

Confirmadas

Descartadas

Indeterminadas

Em investigação

Anchieta

-

1

-

-

1

Blumenau

-

7

1

3

11

Brusque

-

0

-

1

1

Capão Alto

-

-

1

-

1

Caxambu do Sul

-

-

-

1

1

Concórdia

-

1

-

-

1

Cunhataí

-

-

1

-

1

Cordilheira Alta

-

-

1

-

1

Corupá

-

-

-

1

1

Florianópolis

-

12

14

23

49

Indaial

-

6

-

-

6

Itapiranga

-

-

1

-

1

Jaraguá do Sul

-

1

-

-

1

Joinville

-

-

1

1

2

Lages

-

-

1

-

1

Morro da Fumaça

-

1

-

-

1

Nova Erechim

-

-

1

-

1

Novo Horizonte

-

-

-

1

1

Orleans

-

-

1

-

1

Paial

-

-

1

-

1

Peritiba

-

-

2

-

2

Pescaria Brava

-

-

-

1

1

Pouso Redondo

-

-

1

-

1

Rancho Queimado

-

-

-

1

1

Rio do Sul

-

-

1

-

1

Rio Negrinho

-

2

-

-

2

São Bento do Sul

-

-

-

1

1

São Francisco do Sul

-

-

2

1

3

São José do Cerrito

-

-

1

-

1

Schroeder

-

-

1

-

1

Vargem

-

-

1

1

2

Videira

-

-

1

-

1

TOTAL

0

31

34

36

101

 

Fonte: DIVE/SC (Informações até 12/03/2018)

 

Do total de PNH acometidos, 34 (33,6%)tiveram a causa do óbito indeterminada (sem possibilidade de diagnóstico devido à ausência de coleta de amostras para análise), 31 (30,6%) foram descartadas por critério laboratorial (resultado negativo para febre amarela) e 36(35,6%) permanecem em investigação.

 

Os municípios que registraram epizootias no período de monitoramento de julho 2017 a junho de 2018 estão dispostos na figura 1. Até o dia 12 de março de 2018, o estado de Santa Catarina não registrou nenhuma epizootia confirmada por FA.

 

 

Historicamente, a maior frequência de óbitos de PNH ocorre entre os meses de dezembro a maio (período sazonal), momento em que os serviços de vigilância devem estar mais sensíveis à suspeição de casos humanos e à ocorrência de epizootias. No entanto, é essencial que a população diante do conhecimento de mortes de PNH, informe em até 24 horas, as autoridades de saúde para que as coletas de amostras ocorram em tempo oportuno visando a redução do número de epizootias indeterminadas.

 

 Eventos Adversos Pós Vacinação

 

Evento adverso pós-vacinação (EAPV) é qualquer ocorrência médica indesejada após a vacinação e que, não necessariamente, possui uma relação causal com o uso de uma vacina ou outro imunobiológico (imunoglobulinas e soros heterólogos). Um EAPV pode ser qualquer evento indesejável ou não intencional, isto é, sintoma, doença ou um achado laboratorial anormal (CIOMS; WHO, 2012).

 

No período de 1º de janeiro a 12 de março de 2018, segundo o Sistema de Informação do Programa Nacional

 

de Imunização (SIPNI), foram aplicadas 65.364 doses da vacina contra a febre amarela no estado de Santa Catarina.

 

Nesse período, foram notificados 10 (0,015%) casos suspeitos de EAPV. Destes, 6 (60%) foram descartados, 2

 

(20%) confirmados(um residente em Santo Amaro da Imperatriz e outro em Joinville), e 2 (20%) estão sob investigação (Tabela 4).

 

Tabela 4: Casos notificados de Evento Adverso Pós-Vacinal (EAVP) por Febre Amarela segundo Classificação final. SC, 2018

 

EAVP

n

%

Notificados

10

100,0

Confirmados

2

20,0

Descartados

6

60,0

Em investigação

2

20,0

 

O primeiro caso confirmado de EAPV foi de um indivíduo vacinado em 25 de janeiro no município de Santo Amaro da Imperatriz. Os sintomas iniciaram com febre em 7 de fevereiro, evoluindo para vômitos em jato após 7 dias. Ele foi atendido em 16 de fevereiro na emergência do Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, permanecendo na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por 2 dias. Com a melhora do quadro clínico, o paciente foi transferido para o quarto em 19 de fevereiro, onde permaneceu internado para acompanhamento. Ele recebeu alta em 21 de fevereiro de 2018, evoluindo para a cura. O caso foi classificado como EAPV conforme confirmação laboratorial (IGM positivo no LCR).

 

O segundo caso confirmado de EAPV foi de um indivíduo vacinado em 26 de janeiro no município de Joinville. Iniciou com febre e cefaleia em 14 de fevereiro, evoluindo com convulsões no dia 22, quando foi internado. Paciente recebeu alta em 05 de março. Evoluindo para cura. O caso foi classificado como EAPV conforme confirmaçãolaboratorial (IGM positivo no LCR).

 

Reforça-se que a vacina contra Febre Amarela é considerada segura, sendo a medida mais eficaz paraproteção contra a doença. É feita com a partir de vírus vivo atenuado, que estimula a produção de anticorpos contra a doença. A ocorrência de eventos adversos, em especial os considerados graves, são raros,necessitam de atendimento médico imediato, e devem ser investigados pela vigilância epidemiológica.               

 

               

 

>> Mais informações

 

• Hotsite da DIVE/SC sobre Febre Amarela: http://dive.sc.gov.br/febre-amarela/

 

• Página sobre febre amarela do Ministério da Saúde: http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/febre-amarela-sintomas-transmissao-e-prevencao

 

• Página da Anvisa sobre saúde do viajante: http://portal.anvisa.gov.br/dicas-de-saude-para-viagem