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Amanhã, 24 de março, é o Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose. A data que traz um alerta para a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado para a cura da doença. No mundo, existem 8,7 milhões de casos novos de tuberculose e 1,4 milhões de mortes por ano. Já no Brasil, a cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose, conforme dados do Ministério da Saúde (MS).


Em Santa Catarina, em 2018, foram notificados 1.891 novos casos da doença, o que revela uma incidência de 27 casos por 100 mil habitantes. De acordo com o Sistema de informação de Agravos de Notificação (SINAN), o estado tem uma das menores taxas de óbito do país (0,88 óbitos por 100 mil habitantes).


A tuberculose é considerada uma das doenças mais antigas da humanidade e ainda nos dias de hoje é um importante problema de saúde pública, sendo declarada como enfermidade reemergente desde 1993, pela Organização Mundial de Saúde (OMS).


Tuberculose

A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível causada por uma bactéria que afeta, principalmente, os pulmões, mas também pode ocorrer em outros órgãos do corpo, como ossos, rins e cérebro. “A transmissão se dá por via aérea e pode acontecer de várias formas: através de fala, espirro e tosse da pessoa infectada. O contato direto com o doente em ambiente fechado e com pouca ventilação representa maior chance de outra pessoa ser infectada”, explica Lígia Castellon Gryninger, médica infectologista da Secretaria de Estado da Saúde (SES).


O principal sintoma da tuberculose é a tosse (por três semanas ou mais), associada ou não a febre (especialmente à tarde), suor intenso à noite, falta de apetite e emagrecimento. Quem apresenta esses sinais e/ou sintomas deve procurar atendimento médico e seguir o tratamento até o fim, que dura no mínimo seis meses.


A vacina BCG é uma maneira de proteção contra as formas graves de tuberculose e faz parte do calendário vacinal, devendo idealmente ser feita ao nascimento. “Além disso, como forma de prevenção e controle da doença é sempre importante investigar os contatos mais próximos da pessoa que está em tratamento para que seja descoberta a infecção e/ou doença o mais rápido possível. Desta forma, o tratamento é iniciado precocemente e há a diminuição de possíveis complicações, além da redução na transmissão”, destaca Lígia.


Populações vulneráveis

A atenção à saúde das pessoas com maior vulnerabilidade à doença, como pessoas em situação de rua, pessoas vivendo com HIV/AIDS, pessoas privadas de liberdade e população indígena têm sido um desafio para as equipes de saúde.


Outra preocupação é a população em situação de rua que tem 44 vezes mais chance de adoecer por tuberculose do que a população em geral, o que mostra que fatores sociais como as más condições de vida, moradia precária, desnutrição e dificuldade de acesso aos serviços públicos de saúde tem uma influência profunda no diagnóstico e prognóstico da doença.


O alerta é para a coinfecção tuberculose - HIV/Aids, já que os pacientes com HIV/Aids, em relação à população em geral, têm 28 vezes mais chances de se infectar com tuberculose. Em Santa Catarina, o percentual da coinfecção TB/HIV/AIDS foi de 17,4% em 2017, segunda região com maior percentual no Brasil, ficando atrás apenas do Rio Grande do Sul.